Papa disse aos jovens italianos que “a Igreja sem testemunho é apenas fumo”

Foto: Vatican News

O Papa Francisco num grande encontro com os jovens italianos em Roma nos dias 11 e 12 de agosto exortou os jovens a não terem medo de apostar no amor fiel e fecundo. Este encontro permitiu preparar o Sínodo dos Bispos deste ano de 2018 dedicado ao tema: “os jovens, a fé e o discernimento vocacional”

Por Rui Saraiva

Foi no final da tarde de sábado dia 11 de agosto que o Papa Francisco se encontrou com os jovens italianos vindos de todas as dioceses do país. O cenário foi o Circo Máximo em Roma para um grande momento de proximidade e diálogo do Santo Padre com os jovens.

Estiveram na Cidade Eterna mais de setenta mil jovens numa iniciativa que teve como nome “A Caravana da Esperança” e levou a Roma jovens de 195 dioceses de Itália preparando, assim, o Sínodo dos Bispos do próximo mês de outubro que, precisamente, tratará da problemática dos jovens e que decorrerá no Vaticano de 3 a 28 de outubro.

O Papa foi acolhido no Circo Máximo com grande alegria e carinho e a rapariga que se dirigiu a Francisco para lhe dar as boas-vindas declarou: “Santo Padre, chegamos até aqui para lhe dizer que gostamos de si”.

A interação dos jovens com o Papa foi feita em modo simples através de perguntas e respostas. Um verdadeiro momento de diálogo. Nessa troca de palavras e de inquietações, Francisco afirmou que “os sonhos não se compram”, e sublinhou que são “um dom de Deus, um dom que Deus semeia” no coração dos jovens.

O Santo Padre exortou os jovens a não terem medo de apostar no amor, não como uma lotaria, mas no amor que é fiel, que “faz crescer o outro”, no “amor fecundo” que é testemunho de vida, pois – disse o Papa – “a Igreja sem testemunho é apenas fumo”.

Neste longo momento de diálogo do Papa com os jovens italianos, Francisco recordou a figura dos adultos assinalando que os sonhos dos jovens podem assustá-los “talvez porque eles tenham parado de sonhar e de arriscar” – disse o Papa sublinhando aos jovens a importância de não deixarem que ninguém lhes roube os sonhos.

O Papa afirmou ainda que, desde a ressurreição de Jesus, “em todos os lugares onde a vida é oprimida, onde domina a violência, a guerra, a miséria, onde o homem é espezinhado e humilhado, se acende a chama da esperança e da vida”.

Depois deste momento de diálogo com os jovens teve lugar em Roma uma grande Vigília de Oração no sábado 11 de agosto e durante toda a noite 19 igrejas de Roma ficaram abertas para acolher os jovens, que quisessem passar momentos de oração, adoração Eucarística, cultura e espiritualidade e sacramento da Reconciliação.

No domingo dia 12 de agosto o cenário deste encontro dos jovens italianos com o Papa foi a Praça de S. Pedro onde foi celebrada uma Eucaristia presidida pelo Cardeal Gualtiero Basseti, Presidente da Conferência Episcopal Italiana e concelebrada por 120 bispos. O Santo Padre chegou depois para a oração mariana do Angelus.

Destaque para a frase várias vezes repetida pelo Papa na oração do Angelus: “É bom não fazer o mal, mas é mau não fazer o bem”. Uma frase que os jovens foram convidados a repetir e a testemunharem na sua vida, pois – assinalou o Papa – “o cristão não pode ser hipócrita: ele deve viver de maneira coerente. As promessas do Batismo têm dois aspetos: renúncia do mal e adesão ao bem” – afirmou Francisco.

O Santo Padre benzeu, na ocasião, uma imagem de Nossa Senhora de Loreto e um Crucifixo de São Damião, que são símbolos das Jornadas Mundiais da Juventude e que acompanharão os jovens italianos ao Panamá, sede da próxima JMJ, que decorrerá de 22 a 27 de janeiro de 2019.