No número de Voz Portucalense, de 15 de Maio de 2024, na página 15, M. Correia Fernandes queixa-se das “leituras pouco naturais e sobretudo pouco compreensíveis” que se ouvem na Comunicação social.
Na verdade, são tristes as leituras feitas por certos jornalistas da rádio ou da televisão. Vejamos apenas alguns casos.
Dividir o predicado, juntando a primeira parte ao verbo: todos vão / ouvir a nossa voz; a aluna pareceu / muito entusiasmada; parar, a seguir a preposição (elemento que, lembre-se, liga dois elementos da oração, subordinando o segundo ao primeiro): trata-se de um detido sem / antecedentes criminais: separar um adjectivo do substantivo (nome) que qualifica: foi criado um serviço de atendimento / permanente para emigrantes; partir a designação de uma entidade: Sport Lisboa e / Benfica; ou o grupo adverbial: as notícias continuam, já a seguir / a um breve intervalo. Etc., Etc.
Isto passa-se até com os afamados apresentadores do Telejornal, pessoas vistas como exemplo a ser seguido. Parece haver a ânsia de ser diferente dos outros. Porém, na questão da leitura correcta, qualquer diferença significa leitura errada. Talvez fosse boa ideia incluir a Cadeira de Leitura no curso de Jornalismo.
Infelizmente, a moda já chegou às nossas assembleias litúrgicas. Ora, fazer uma leitura da Bíblia de forma incorrecta, de modo incompreensivo, é um desperdício, uma profanação da Bíblia.
Camilo G Ferreira