Por Joaquim Armindo
“Perante o crescimento da Igreja em Angola, lembro-me de ter perguntado ao Bispo André Soares, qual era o seu plano de Missão. Na sua simplicidade e sabedoria respondeu-me que tinha percebido que o plano só poderia ser um; ir atrás do Espírito Santo.”, esta é uma das marcas que a alocução do bispo Jorge de Pina Cabral refere ao centésimo sínodo da Igreja Lusitana – Comunhão Anglicana, realizado a semana passada sob o tema “Chamados à Esperança e Santidade em Cristo”. Sabendo, diz o bispo Jorge que “Consciente ou inconscientemente vivemos num tempo, que é propicio ao apurar da nossa identidade e agir enquanto cristãos e enquanto Igreja. Percebemos hoje, que a nossa frágil vida e a sua própria circunstância, podem ser rápida e profundamente afetadas por fatores exteriores que não dominamos e que não estão ao nosso alcance e que acarretam diversos tipos de sofrimento.” A melhor evangelização que podemos fazer é pessoal no modo como falamos de Cristo vivo aos outros e os convidamos a ir à Igreja à qual pertencemos e que por natureza não é nossa, mas é para todos. Não propriamente falar sobre Cristo ou sobre a Igreja, antes partilhar o que Cristo tem feito na minha vida e como o tenho acolhido no meu coração.” Sobre a Sinodalidade afirmou: “não se confina à mera realização de uma reunião sinodal e a dois ou três dias de encontro diocesano. A Igreja Lusitana sempre entendeu que todos os cristãos batizados são ministros da Igreja; uns chamados a exercer o seu ministério como leigos e outros a servir a Deus através do ministério ordenado.”
O Sínodo decorreu com várias decisões internas e as intervenções do bispo do Porto Manuel Linda (de que não possuo a intervenção) e do Arcebispo de Dublin e Bispo de Glendalough Michael Jackson. Deste arcebispo destaco as seguintes palavras: “A sinodalidade é uma visão ousada do Papa Francisco. Ele quer inverter a pirâmide da Igreja Católica Romana como um sistema eclesiástico clericalizado. Ele tem tentado fazer isso ao longo do seu papado.” E “à medida que contribuímos para a totalidade do cuidado da terra (ecologia), das transações humanas (economia) e das relações ecuménicas, recentemente configuradas para incluir as relações inter-religiosas, de modo a assegurar a integridade discreta de cada participante, mas a fim de reunir as energias comuns de todos. Estes três `e(s): ecologia, economia e ecumenismo, dominam as nossas vidas como Pessoas de Fé e também como Povo de Deus no sentido mais lato, e cabe-nos a nós descobrir a melhor forma de trabalhar com eles. […] Fundamentalmente, esta escuta ecológica aproxima a escuta do grito da terra e do grito dos pobres.” Porque “Os anglicanos aprenderam o valor do discernimento católico romano como um método para deixar que Deus no Espírito entre na vida da Igreja e no ser humano. Os católicos romanos aprenderam o valor do respeito anglicano pela diversidade e pelo debate aberto e como a capacidade deliberativa e de tomada de decisões dos leigos é mais forte na tradição anglicana do que a tendência para os consultar como um fim em si mesmo.”
Deixo aqui estas duas reflexões a que tive acesso, para todos e todas refletirmos o que cristãos e cristãs anglicanos pensam.