A destruição do meio ambiente é uma ofensa a Deus

Por Joaquim Armindo

Numa mensagem na última quinta-feira, dirigida à “Cúpula Pontifícia Academia das Ciências e Pontifícia Academia das Ciências Sociais “Da Crise Climática à Resiliência Climática”, o bispo de Roma e Papa Francisco considerou que “Os dados sobre as alterações climáticas pioram a cada ano que passa, pelo que é urgente agir para proteger as pessoas e a natureza…Os povos mais pobres, que têm muito pouco a ver com a poluição do ambiente, precisam de receber muito mais apoio e proteção. Eles são vítimas.” E que nunca ninguém se esqueça que “A destruição do meio ambiente é uma ofensa a Deus, um pecado não só pessoal, mas também estrutural, que põe em grande perigo todos os seres humanos, especialmente os mais vulneráveis no nosso meio, e ameaça desencadear um conflito entre gerações…Esta é a questão: estamos trabalhando por uma cultura da vida ou por uma cultura da morte? …devemos ouvir o clamor da terra, ouvir o apelo dos pobres e estar atentos às aspirações dos jovens e aos sonhos das crianças! Temos a grave responsabilidade de garantir que o seu futuro não lhes seja negado…uma vez que as alterações climáticas são “uma questão social global e intimamente relacionada com a dignidade da vida humana” …deparamo-nos com desafios sistémicos distintos, mas interligados: as alterações climáticas, a perda de biodiversidade, a degradação ambiental, as disparidades globais, a falta de segurança alimentar e as ameaças à dignidade dos povos por elas afetados. A menos que estas questões sejam enfrentadas de forma urgente e coletiva, representam ameaças existenciais para a nossa família humana, para outros seres vivos e para todos os ecossistemas. Uma coisa, porém, deve ficar clara. Os pobres do mundo sofrem mais, embora contribuam menos para estes problemas. As nações mais ricas, com cerca de mil milhões de pessoas, produzem mais de metade dos poluentes que retêm o calor.”

Depois afirma que “A recusa em agir rapidamente para proteger os mais vulneráveis que estão expostos às alterações climáticas causadas pela atividade humana é uma ofensa grave e uma grave violação dos direitos humanos, como foi recentemente afirmado pelo Tribunal Europeu dos Direitos Humanos. Um progresso ordenado está a ser travado pela busca gananciosa de ganhos a curto prazo por parte das indústrias poluentes e pela propagação da desinformação, que gera confusão e obstrui os esforços coletivos para uma mudança de rumo.”

Francisco não esquece o seu apelo na encíclica “Louvado Sejas” e o documento “Laudate Deum”, este já como um pedido para que não se esqueçam daquele, “grita” em alta voz e “sobre os telhados” para que as comunidades cristãs façam elas próprias a transição para uma cultura de amor pela Criação, o que não está a acontecer. Deixo, assim, mais este texto para que todas e todos sejamos responsáveis pelo Amor à Criação, ao Universo.