Obra da Rua promove espetáculo no Coliseu do Porto (17 jun)

Celebração evoca os 70 anos da criação do Calvário pelo padre Américo

A 17 de Junho de 2024 perfazem-se 70 anos do dia em que Pai Américo anunciou a criação do Calvário. Disse no Coliseu do Porto: chegou a hora de dar a notícia de uma Obra que há muito trazemos no peito, a saber: um abrigo onde possam morrer cristãmente legiões de inválidos sem morada certa. Vai-se-lhe dar o nome de Calvário. O Calvário! É um nome tirado do Evangelho. É o resumo de toda a economia da Redenção. Fazem hoje falta no mundo estes nomes, estas ideias, estas Obras humanas de sabor divino.

Num momento em que o Calvário está numa fase de evolução, por um diálogo mais visível e formal com a sociedade religioso-civil, comunidades cristãs e instituições públicas, que sempre teve, mas como escrevia, agora mais vinculativo, queremos fazer aqui e agora uma evocação desse grande acontecimento e das consequências que lhe advieram. A saber: a edificação do Calvário e também da Casa do Gaiato em Beire, com respostas para os doentes incuráveis e convalescentes e os rapazes que entravam nas Casas e não teriam condições de autonomização. Intuições do Padre Américo e do Padre Baptista, que recebeu este legado por morte do fundador, logo em 1956, e que rapidamente fez crescer em realismo e esperança para tantas situações de injustiça, miséria humana e moral.

Um grupo de Amigos do Calvário está a organizar, juntamente com a Obra da Rua, uma evocação desse dia com uma celebração no Coliseu do Porto — AGEAS, Rua Passos Manuel, 137. Terão participação especial nessa ocasião a Banda do Exército — Destacamento do Porto e a artista Teresa Salgueiro. Apresentarão temas dos seus reportórios enquadrando pequenos vídeos, áudios e algum cântico pelos rapazes das Casas do Gaiato em Portugal e Angola que espelham a realidade da Obra da Rua, passado e presente.

Este texto serve de motivação para os nossos leitores se sentirem convidados para essa celebração, que será a uma segunda-feira, dia 17 de Junho — 2024, às 21 horas. Não haverá bilhetes à venda, mas podem fazer as vossas reservas de lugar para os seguintes contactos: calvario@obradarua.pt; 255 776 178; 911 835 876.

No dia estará disponível um lugar físico para colocarmos as nossas ofertas à Obra da Rua e também daremos a conhecer outros modos digitais de fazerem a reserva de lugares e contribuir para esta angariação de fundos, que serão aplicados na missão do Gaiato.

Pedimos a vossa colaboração na divulgação e esperamos encher uma das maiores salas de espectáculo da Cidade Invicta, que leva cerca de 3 mil pessoas. Estamos em negociações com a CP para disponibilizar bilhetes, com um baixo custo, na linha do Douro, quer na ida quer na volta. Apelamos a que famílias, grupos, paróquias e por outros meios se organizem e participem.

As figuras do Pai Américo e do Padre Baptista merecem esta memória agradecida por tantas graças recebidas ao longo de sete décadas e também memória compassiva por tantos equívocos criados, sobretudo na segunda década deste século XXI.

Temos de agradecer desde já a pronta adesão da Direcção do Coliseu em receber esta actividade bem como aos músicos, cantores e técnicos envolvidos no projecto.

Esperamos uma boa casa que traduza o espírito familiar da Obra da Rua e que todos possam conhecer melhor e amar mais este pedacinho da Igreja em Portugal que é o Calvário e a Casa do Gaiato de Beire.

Recordamos que estamos finalmente prontos a abrir a ERPI, para acolher doentes e pessoas idosas em situação de fragilidade social, obras iniciadas em 2020 e projectamos, neste momento, a reabilitação de outros edifícios para Lar Residencial, a prever o acolhimento de pessoas com deficiência intelectual, os que já aqui vivem e outros que poderão chegar.

Temos feito um esforço de evolução para nos actualizarmos com o que a sociedade contemporânea define como meios de acolhimento de doentes e também procuramos não perder o carisma do Calvário: uma comunidade familiar onde o Evangelho é a chave de leitura da redenção e a vida concreta de cada um o desafio quotidiano. Vidas que têm valor tais quais se apresentam aos cuidadores formais, profissionais sociais e de saúde, além dos voluntários.

A realidade do Calvário é uma porta aberta para o presente da história de cada doente que o integra, mas também uma janela para quantos nos possam visitar e contemplar. Só no conhecimento e acompanhamento mútuo poderemos continuar a crescer e a realizar esta missão que o Venerável Pai Américo define como a vontade de Deus. Ele quer que os homens se salvem e eles só o podem realizar amando. Este é o Mandamento.

Ora os Calvários são o sítio onde os homens podem amar o seu semelhante como a si mesmos.

Não faltemos ao amor para com o nosso próximo e não faltemos a esta convocatória para ir ao Coliseu, que nessa tarde de Verão será o Calvário em missão. Obrigado.

Padre José Alfredo no site oficial da Obra da Rua ou Obra do Padre Américo