Assembleia Diocesana de Diáconos Permanentes teve como mote «A complementaridade ministerial entre diáconos e presbíteros: realidade(s) e oportunidades».
O diaconado «é um ministério essencial e constitutivo para a vida e missão da Igreja, junto com o ministério do presbítero». Estas palavras de Serena Noceti, trazidas a debate por um dos grupos de diáconos intervenientes, talvez possam alicerçar, condensar e traduzir o profícuo diálogo e pensamento gerados nesta assembleia.
«A complementaridade ministerial entre diáconos e presbíteros: realidade(s) e oportunidades», foi o tema e o mote do encontro, que se quer meta para o diaconado diocesano. Os diáconos reuniram-se em assembleia, ao redor do seu Bispo – este ano com a presença fraterna dos párocos das comunidades que têm ao seu serviço diáconos permanentes – no passado dia de 17 de abril do corrente ano, na Casa de Vilar. É de relevar, assim o manifestou D. Manuel Linda, a qualidade do mesmo e a elevada adesão de diáconos e presbíteros.
Após uma contextualização proferida pelo Delegado Episcopal para o Diaconado Permanente, Pe Adélio, foram apresentadas as conclusões das reflexões previamente feitas, por três grupos de trabalho, às quais se seguiu o testemunho de alguns dos presbíteros presentes. Destas reflexões e testemunhos destacamos resumidamente o seguinte: a “complementaridade” é uma «característica intrínseca» do sacramento da ordem e uma das que tornam compreensíveis o mesmo sacramento nos seus vários graus. O diaconado é mais bem compreendido – e melhor encontrará o seu espaço de ação – se for perspetivado a partir do olhar dos padres conciliares que afirmaram a unidade e a centralidade do sacramento da ordem no grau do episcopado (Cf. LG,21), do qual dimanam os restantes graus. Do ministério do Bispo brotam, distintas, unidas e complementares, as funções ad sacerdotium e ad ministerium. O presbiterado e o diaconado são expressões da plenitude da sacramentalidade episcopal afirmada no Concílio Vaticano II. O diácono não pode, assim, “ser feito à medida do presbítero”, mas gerado à medida da plenitude, diversa e complementar, do sacramento da ordem. O presbítero e o diácono «complementam-se e não se sobrepõem e perante os desafios que hoje são colocados à sociedade em geral e à Igreja em particular, essa complementaridade será primordial para que as comunidades encontrem na igreja a resposta e o acolhimento que anseiam».
A complementaridade é uma realidade dinâmica que permanentemente exige diálogo, reflexão, proximidade, abertura, compreensão, humildade, criatividade… E porque realidade exigente na qual nem sempre estamos focados, o quotidiano pastoral de alguns diáconos é marcado pela dificuldade. Mas se o caminho é longo e tem obstáculos, também longo é o caminho já percorrido e muitos são os obstáculos já superados. Foi com este tom, animado e esperançado, de D. Manuel Linda, que se deu por concluída a assembleia.
(diácono António Avelino Luís)