Por Joaquim Armindo
“Para nós, comunicar não é abafar a voz dos outros com a nossa voz, não é fazer propaganda; às vezes também é silêncio; Não há necessidade de slogan ou frase. A comunicação para nós não é um objetivo da nossa organização, nem é uma meta de marketing; por favor, não adote apenas esta ou aquela técnica. Aí a gente se comunica e olhem no mundo para fardo do outro, dos outros, é se tornar tudo para todos; é compartilhar uma literatura cristã de acontecimentos; é não ceder à cultura da agressão e da difamação; construir uma base de boas condições, verdade e beleza em relacionamentos sinceros; é envolver a nossa comunicação e os jovens.” – esta uma das frases do discurso do bispo de Roma e papa Francisco, dirigida ao simpósio “UNIVERSITÉ DES COMMUNICANTS EN ÉGLISE” (UNIVERSIDADE DOS COMUNICANTES DA IGREJA), promovido pela Conferência dos Bispos da França, em 12 de janeiro último. Lembrando a famosa frase de São Francisco de Sales: “Le bruit fait peu de bien, le bien fait peu de bruit” (“O barulho faz pouco bem, o bem faz pouco barulho”), começa por se referir à “Comunicação falsa”, “barulhenta” – diga-se “populista” que no nosso país começa a singrar, os venturíssimos estão aí -, que é apta a “bombardear” o “mundo da comunicação”, espera que “os órgãos comunicadores das igrejas sejam como “uma comunidade que está unida em Jesus Cristo”, para não “cair no erro de pensar que o objetivo da nossa comunicação é a nossa estratégia individual ou empresarial; não nos fechemos na nossa solidariedade, nos nossos medos ou ambições”.
Para seguir um caminho cristão Francisco aponta três condições exigidas, porque o caminho é árduo, corajoso e duradouro. A primeira condição é a do “testemunho”, cada pessoa “é acima de tudo um testemunho. (…) o que tem nas suas imagens é uma forma de compartilhá-las. É isso que dá credibilidade às relações com métodos de comunicação seculares; é também algo que sempre se torna mais atraente e aumenta dia após dia, de pessoa para pessoa, o nosso desejo de comunicação. Agora, diante do escândalo e dos abusos, a Igreja francesa vive um caminho de purificação. Vá em frente. Não há mais momento, é exatamente o que precede a luz. (…) Não sei como construir uma comunidade na Igreja e uma fraternidade no mundo através da comunicação. É criativo. Seja acolhedor. Uma sociedade aprende a ouvir a palavra da Igreja como Mãe amorosa de todos.”
A segunda condição é não ter medo “não tenha medo, mas coragem. Uma coragem diferente daquela de quem acredita ser o centro. A coragem que vem da humildade e da seriedade profissional, e que faz da sua comunicação uma rede coesa e ao mesmo tempo aberta e extrovertida. Eu sei, não é fácil. Mas esta é a sua, a nossa missão. E mesmo que os destinatários pareçam indiferentes, céticos, às vezes críticos, até mesmo hostis, não desanime. Não os julgue. Compartilhe a alegria do Evangelho, o amor que nos faz conhecer Deus e compreender o mundo. Também os homens e as mulheres do nosso tempo têm sede de Deus, procuram um encontro com Ele e também O procuram através de vós.” A terceira condição é possuir um “olhar amplo. Para olhar longe. Olhando para o mundo inteiro em sua beleza e complexidade. No meio dos murmúrios do nosso tempo, da incapacidade de ver o essencial, descobrir que o que nos une é sempre maior do que o que nos divide; e que deve ser comunicado, com a criatividade que vem do amor.”
Faz-nos bem ouvir estas palavras!