Por Joaquim Armindo
Valerá a pena neste tempo de advento reportarmo-nos ao “documento sinodal”, e como estamos num tempo de “espera” e de “esperança” abordar o tema de “Uma abordagem sinodal à formação”. É o tempo de “espera” que ela comece de imediato de uma “esperança” que tenha efeitos efetivos em todos os fiéis. Existiram “pontos de acordo” sinodais indicando esta necessidade premente (li no jornal “Religión Digital” que os novos ministros ordenados formados pelos seminários, em Espanha, eram de um conservadorismo anterior ao Concílio do Vaticano II), o que torna o documento sinodal com uma evidência pronunciada. Se é comum a todo o Sínodo que “O tempo que o Senhor dedicou à formação dos discípulos revela a importância desta ação eclesial, muitas vezes pouco vistosa, mas decisiva para a missão. Sentimos que devemos exprimir uma palavra de agradecimento e encorajamento a todos os que estão comprometidos neste âmbito e convidamo-los a recolher os elementos de novidade que emergem do caminho sinodal da Igreja”, então será convincente que quer a formação inicial, quer a permanente tem de ser virada para os novos desafios que a humanidade possui. Nesta “convergência” é, assinala o Sínodo, de saber “O modo como Jesus formou os discípulos constitui o modelo de referência. Ele não se limitou a dar uns ensinamentos, mas partilhou com eles a vida.” e que não só os “ordenados” devem ter formação mais todos os fiéis: “Além da formação teológica, foi mencionada a formação relativa a uma série de competências específicas: exercício da corresponsabilidade, escuta, discernimento, diálogo ecuménico e inter-religioso, serviço aos pobres e cuidado da casa comum, compromisso como “missionários digitais”.
Nas questões em que nem todos estão de acordo e é necessário aprofundar, recomenda-se: “que se aprofunde o tema da educação afetiva e sexual, para acompanhar os jovens no seu caminho de crescimento e para apoiar o amadurecimento afetivo …A formação nestes âmbitos é uma ajuda necessária em todas as fases da vida.” e que “É oportuno proceder a uma ampla revisão dos programas formativos, dando particular atenção ao modo de valorizar o contributo feminino e a cooperação das famílias”.
Propõe então o Sínodo que “Em vista da próxima Sessão da Assembleia, propõe-se que se realize uma consulta dos responsáveis da formação inicial e permanente dos presbíteros, para avaliar a receção do processo sinodal e para propor as alterações necessárias para promover o exercício da autoridade num estilo apropriado a uma Igreja sinodal.”, de todos os leigos, consagrados e ministros ordenados, o que quer dizer todos e todas os/as fiéis.
Sendo a formação vital para a vivência da igreja no nundo de hoje, será notável que todos/as escutemos a voz do Espírito, porque o que foi dito e escrito no Sínodo é trabalho para todo o Povo de Deus, donde emana esse Espírito atuante e existente em cada um/a. A “esperança” do Advento que comece em cada tempo da nossa caminhada em comum, o que vem ao encontro da “Alegria” do Natal.