Uma achega para levar aos altares D. António Francisco
Na sequência do artigo inserto na última página da Voz Portucalense de 15-1-23, sob o título “D. António Francisco e a Sua Hora”, segue a seguinte achega:
Na qualidade de presidente dum Conselho de Zona da Sociedade de S. Vicente de Paulo empenhei-me na fundação de uma Conferência Vicentina numa Paróquia onde ainda não havia, mas que estava a fazer muita falta como depois se confirmou.
O respectivo pároco opôs-se com a justificação de que ali não havia pobres, mas apenas malandros que não queriam trabalhar. Com alguma razão o disse, mas eu contrapus que o argumento que era precisamente junto destes que uma Conferência Vicentina fazia falta. Todavia não consegui demover a ideia do reverendo.
Entretanto, quando o Sr. D. António presidia a uma reunião da Vigararia da minha paróquia onde estava o meu pároco e o referido oponente da Conferência, em determinado ponto da intervenção do Sr. Bispo este disse: “felizes as paróquias que têm uma Conferência Vicentina, porque assim os repectivos párocos já têm em quem delegar a caridade”.
O meu pároco, sabedor do meu desejo de fundar aquela Conferência, deu-me esta oportuna notícia que eu aproveitei para voltar à “carga” e no dia seguinte apareci de novo ao referido Sr. Abade que me recebeu muito bem disposto, dizendo-me que já estava à espera de mim; e no domingo imediato anunciou comunidade a nossa existência.
Considerei esta surpreendente reviravolta como um milagre vindo do Céu graças a D. António Francisco, e hoje, vinte três anos depois, aqui está a Conferência Vicentina pujante de ação, onde o reverendo pároco que nos abriu as portas, é o nosso melhor benfeitor e amigo.
Manuel Machado, assinante de VP.