O Papa Francisco disse estar “muito preocupado” com o que está a acontecer em Gaza e espera que haja espaço para uma pausa nos bombardeamentos “a fim de abrir corredores humanitários para as milhares de pessoas que precisam neste momento”. Isso foi relatado ao Vatican News pelo padre Gabriel Romanelli, pároco de Gaza, que neste sábado, 14 de outubro, recebeu um telefonema do Papa – o quarto desde o início da crise – para assegurar suas orações e a proximidade de toda a Igreja.
A proximidade do Papa
“Ele está muito próximo das pessoas”, testemunha o padre Romanelli, que está em Belém e ainda não conseguiu chegar à pequena comunidade da Faixa de Gaza, “e pediu-nos para proteger as crianças. Ele sabe que, além das crianças da paróquia, recebemos crianças cristãs e muçulmanas, bem como pessoas deficientes e feridas que são atendidas pelas freiras de Madre Teresa. São centenas de pessoas sob nossa responsabilidade. O Papa sabe de tudo isso e ainda mais uma vez demonstrou a sua proximidade” – também ligou para a paróquia – “sua bênção e sua oração e está fazendo o possível para ter uma pequena janela de esperança”.
Centenas de refugiados acolhidos pela Igreja
Centenas de pessoas estão agora abrigadas nas cinco estruturas da Igreja Católica em Gaza – quinhentas só na paróquia. As duas estruturas da Igreja greco-ortodoxa também estão lotadas de pessoas”. Tiveram uma noite realmente de terror porque sabiam que o ultimato terminaria esta manhã, embora tenha sido prorrogado”, explica o padre Romanelli. “Eles perguntam-se para onde podem ir para o sul e o que acontecerá lá. Estão a chegar relatos de pessoas que foram atingidas em seu caminho para o sul. Alguns têm carro, outros não têm nada. Eles estão apavorados e, pelo menos na igreja, sentem-se mais protegidos, mas a situação é desesperante para todos”.
A escolha de ficar
Todos os prédios da igreja estão na área da Faixa de Gaza que Israel pediu para ser evacuada à tarde para se proteger do bombardeamento. Os paroquianos “estão lá, não temos estruturas da Igreja no sul”, explica o pároco, “as pessoas estão ligadas e unidas à paróquia, que é o centro humano e espiritual de suas atividades”.
(inf: Vatican News)