Maria é “auxílio maternal” em “tempos de guerra”

No passado dia 11 de outubro, D. Vitorino Soares, bispo auxiliar do Porto, no âmbito da Solenidade da Virgem Santa Maria de Vandoma, padroeira principal da cidade do Porto, presidiu a um solene pontifical na Catedral do Porto.

Associaram-se a esta celebração eucarística os outros bispos auxiliares, D. Joaquim Dionísio e D. Roberto Mariz, alguns representantes do cabido portucalense, presbíteros, diáconos e demais fiéis leigos. Também se fez presente o Seminário Maior de Nossa Senhora da Conceição do Porto, que animou este solene ato litúrgico.

Após uma revisitação histórica desta data evocativa da Virgem Santa Maria de Vandoma, D. Vitorino Soares, partindo do Evangelho proclamado (Jo 19, 25-27) convidou os fiéis a ir até ao calvário, estar junto à cruz ao pé de Maria, a Senhora das Dores, que de pé chorava a morte de seu Filho trespassado pelo escárnio da Humanidade.

Apresentamos aqui em síntese a homilia de D. Vitorino Soares:

Também nós fomos ao encontro desta Mãe que veneramos como Virgem Santa Maria de Vandoma, e a quem tantas vezes recorremos para pedir auxílio nas horas de maior provação ou também de dar graças nas horas de maior alegria. Virgem Santa Maria de Vandoma, mãe dolorosa que naquela hora de dor e sofrimento aponta para o seu Filho que com o seu sangue nos redime e salva, diante das adversidades da vida também nós permanecemos de pé com a certeza do seu auxílio maternal e a sua proteção filial.

Maria mulher do silêncio que nestes tempos de guerra e discórdia irrompe apontando o caminho de seu Filho que padece na cruz os sofrimentos da Humanidade que o crucifica. Maria é também a mulher do anúncio, que parte apressadamente ao encontro de sua prima Isabel “não ansiosa ou alienada” esta mulher no seu seio transporta Cristo e vai ao encontro “tomando a iniciativa e não esperando que os outros venham a sua casa para a felicitar”. Partamos nós também ao encontro do nosso próximo que tantas vezes está ao nosso lado ignorado pelo desprezo da nossa egolatria e indiferença. Não esqueçamos o apelo de sua Santidade o Papa Francisco, que quando no mês de agosto se dirigia aos jovens referindo que a única situação em que é legitimo olhar o irmão de cima para baixo, é para o ajudar a erguer-se.

Sejamos alegres testemunhas de um Cristo que se fez carne e habitou no meio de nós para nos salvar revelando-se de forma concreta no encontro com o nosso próximo, partamos, portanto, já sem medo ao encontro do outro “Uma boa pressa impele-nos sempre para o alto e para o outro.”

Façamos também nós como Maria, larguemos tudo e coloquemo-nos a caminho na procura de auxílio daqueles que mais dele necessitem, assim fazem aqueles que seguem Jesus, deixando tudo para trás, aderindo de forma radical às verdades do evangelho.

Que Maria, Senhora da Vandoma seja para nós o exemplo e o modelo que nos conduz até Deus. “Deixemo-nos seduzir por ela e peçamos a sua proteção para os que vivem nesta cidade e para todos os que fazem de Maria a sua Mãe”, disse D. Vitorino Soares no final da sua homilia.

(inf: David Silva)