
Com a realização do Colóquio Internacional TEOTOPIAS | 2023, a Cátedra Poesia e Transcendência da Universidade Católica Portuguesa (Porto), dirigida por José Rui Teixeira, quis prestar homenagem a Eduardo Lourenço por ocasião do Centenário do seu nascimento (nascido a 23 de maio de 1923 e falecido aos 97 anos em 1 de dezembro de 2020).
As sessões deste colóquio tiveram lugar na Reitoria da Universidade do Porto (Casa comum) e no auditório do edifício Américo Amorim da Universidade Católica (Porto), nos dias 2 a 4 de novembro de 2023.
Na proposta da Cátedra, afirma-se: “Fundacional para a perceção e expressão do mistério, a linguagem poética é lugar de uma articulação paradoxal, nada acrescentando à representação descritiva do mundo [Ricoeur]. Encontrando-se o positivismo teológico em crise, paradigma que sempre cedeu demasiado à obsessão pela verdade, tem-se vindo a notar um crescente interesse pelo estudo teológico de produções literárias como lugares de redenção da linguagem referencial, própria do discurso tradicional da teologia. Na sua performatividade quase litúrgica, a linguagem poética aproxima o objeto do discurso teológico do seu eixo verdadeiramente referencial: “a transluminosa treva do Silêncio” (Pseudo-Dionísio Areopagita). Eixos temáticos: linguagem poética e linguagem teológica: continuidades e descontinuidades; linguagem poética e linguagem mística: inter[con]textualidades; linguagem poética e sagrado: aproximações estético-fenomenológicas”.
Na apresentação na Reitoria da Universidade do Porto, em 2 de novembro, regista-se uma
Conversa com José Rui Teixeira, Tomás Guerrero e Valter Hugo Mãe, e a inauguração da exposição de desenhos de Tomás Guerrero.
Na Universidade Católica (Porto), nos dias 3 e 4 de novembro, anunciam-se as Conferências: “O encanto pelo significante: ressonâncias teológicas no pensamento de Eduardo Lourenço, por José Rui Teixeira; “Cosmogonias do sentido: do esplendor do caos ao esplendor do mundo em Eduardo Lourenço, por Pedro Pereira e “Eduardo Lourenço: entre o tango e o folclore”, por Mariano Carou, e a apresentação do livro “In principio erat Verbum. Apuntes de teopoética”, de Mariano Carou (estas no dia 3 de novembro).
No dia 4 de novembro: “Eduardo Lourenço e complexidade em Guerra Junqueiro” por Henrique Manuel Pereira; “Eugénio de Andrade: o inominável silêncio” por Ricardo Aguiar e “ Mário Cesariny: da revolução da linguagem à revelação da ideia”, por Maria de Lourdes Pereira; “A história transcendente da minha pátria. Reflexão sobre a teorização poética de Teixeira de Pascoaes” por Hélder Moreira; “O grande olhar é o que ensina a transparência. Aproximações ao transcendente na poesia de Carlos Poças Falcão”, por Jorge Teixeira”; “Hóspedes, peregrinos, viajantes: acolher o sagrado na poesia de Tolentino Mendonça” por Gonçalo Cordeiro; “Saudade do Céu: sobre o rumor da transcendência na poesia de Guilherme de Faria”, por José Rui Teixeira; “A poesia que nos redime da contingência”, por Perfecto Cuadrado. Anuncia-se ainda uma leitura de poemas no memorial de Sophia, naquela Universidade.