JMJ: bispo convida jovens a serem “influencers de Jesus Cristo”

Mais de 25 mil pessoas encheram o Parque da Cidade do Porto na Missa dos “Dias nas Dioceses” que juntou mais de 61 nacionalidades. D. Manuel Linda recordou o testemunho da Beata Maria Droste

O bispo do Porto exortou os jovens a serem “influencers de Jesus Cristo” na missa celebrada no sábado dia 29 de julho dizendo-lhes para serem contadores de histórias e de “parábolas para o tempo de hoje”.

“E contai a todos o que aqui aconteceu, como Jesus o fez. Sede contadores da história destas Jornadas. E de parábolas para o tempo de hoje. Tal como as de Jesus”.

Mais de 25 mil pessoas encheram o Parque da Cidade do Porto na Missa dos “Dias nas Dioceses” que juntou mais de 61 nacionalidades . Presentes 44 bispos, mais de 900 sacerdotes, 87 diáconos, 160 ministros extraordinários da comunhão e 230 acólitos.

Na sua homilia, D. Manuel Linda recordou o testemunho da Beata Maria Droste que “-, trocou a riqueza do palácio pela austeridade da vida religiosa na Congregação das Irmãs da Caridade e do Bom Pastor”.

Assinalou o facto desta mulher não se ter “afogado no materialismo”. “Tinha muito para disfrutar. Não obstante, desde bem novinha, nunca a matéria ofuscou a ânsia do espiritual”, afirmou.

“Nunca se contentou com uma paz podre, fruto do «não te rales» ou «deixa andar». Como Superiora da sua Comunidade, contestou hábitos instalados, pediu mais, deu o exemplo, pôs metas elevadas”, sublinhou D. Manuel Linda.

O bispo do Porto lembrou as palavras do Papa para pedir aos jovens que se façam ouvir nas suas dioceses. “Quero que vos façais ouvir nas dioceses, quero que a Igreja vá para a rua, quero que nos defendamos de tudo o que é mundanidade, imobilismo, conforto, do que é clericalismo, de tudo o que nos fecha em nós próprios”, disse D. Manuel Linda citando o Santo Padre.

“Amigos, chegamos aqui de diferentes nações, culturas, geografias e condições, para cumprirmos a profecia de Isaías de que falava a primeira leitura e juntos sonharmos o sonho de Deus, a construção de um mundo novo. Vamos a isso? Não fomos nós que escolhemos a fé. Foi Deus que nos escolheu a nós. E isso é desafiante!”, apontou ainda D. Manuel Linda.

A Beata Maria Droste, também conhecida como Beata Maria do Divino Coração e patrona da JMJ na diocese do Porto, foi o exemplo escolhido pelo bispo do Porto para esta celebração como modelo de testemunho cristão. Lembrou a sua relação próxima com o Papa Leão XIII tendo sido alguém que o influenciou “para que consagrasse o mundo ao Sagrado Coração de Jesus, o que veio a acontecer a 11 de junho de 1899 e que ele mesmo diria ter sido o gesto mais significativo do seu pontificado”, salientou o bispo do Porto.

Beata Maria Droste

Maria Anna Johanna Franziska Theresia Antonia Huberta Droste zu Vischering nasceu, com o seu irmão gémeo Max, no dia 8 de setembro de 1863, solenidade da Natividade de Nossa Senhora, em Münster, uma cidade situada na região da Vestfália, na Alemanha, sendo filha de uma das mais nobres famílias que se distinguiu pela sua fidelidade à Igreja Católica.

Para além de outros episódios da sua vida espiritual há um especial quando em 1888, visitou com sua mãe o Hospital de Darfeld e lá encontrou uma rapariga que tinha dado escândalo. Maria Droste vencendo a sua repugnância e timidez face à mãe, estendeu a mão à infeliz. Pode dizer-se que foi o primeiro contacto com o carisma das Irmãs do Bom Pastor.

Em 1883 manifestou o desejo de se dedicar à vida religiosa, acabando por entrar para o Convento do Bom Pastor de Münster.

Cinco anos mais tarde seria enviada em missão para Portugal. Primeiro em Lisboa e mais tarde no Porto, onde acabaria por ser nomeada Madre Superiora do Convento das Irmãs do Bom Pastor.

Acometida por uma prolongada doença, faleceu a 8 de junho de 1899, no início do tríduo de preparação para a consagração do mundo ao Coração de Jesus, feita pelo Papa Leão XIII.

O seu corpo pode ser venerado na Igreja do Coração de Jesus, em Ermesinde, junto à Casa das Irmãs do Bom Pastor.

RS