Por Secretariado Diocesano da Liturgia
Em Nota Pastoral publicada com a data de 29 de maio de 2023, D. Manuel Linda, Bispo de Porto, convidou a Igreja Diocesana a concretizar no dia a dia das paróquias e demais comunidades os ministérios laicais instituídos (Leitores, Acólitos e Catequistas). Trata-se de acertar o passo pela agenda pastoral do Papa Francisco, seguindo o roteiro estabelecido pela Conferência Episcopal Portuguesa no seu documento Ministérios laicais para uma Igreja ministerial (2022).
Pretende-se que a nossa Igreja, na senda da renovação conciliar, tenha a seguinte estrutura ministerial:
1) No círculo mais amplo da comunhão eclesial: o povo de Deus enriquecido pelo Espírito Santo com a variedade inesgotável dos seus carismas, em que todos são sujeitos ativos e corresponsáveis da missão da Igreja;
2) o círculo dos “ministérios de facto”, que se desenvolve dentro do anterior, quando os carismas se configuram nos mais variados serviços, conforme as necessidades ocorrentes ou permanentes o requeiram, nos vários âmbitos e setores, graças ao voluntariado generoso dos fiéis: são muitos milhares de catequistas, animadores de grupos juvenis, dirigentes e responsáveis de movimentos eclesiais (CNE,…), acólitos ministrantes, leitores, salmistas, cantores e músicos, ministros extraordinários da comunhão, visitadores dos doentes e agentes da pastoral da saúde, voluntários da ação social, membros mais ativos dos órgãos de corresponsabilidade e das várias comissões, associações e confrarias…;
3) dentro deste círculo, pretende-se agora estabelecer um círculo mais restrito mas estável de leigos de ambos os sexos, cuja missão e responsabilidade é reconhecida pela Igreja de uma forma especial com o rito da Instituição: serão os ministérios laicais instituídos (leitores, acólitos, catequistas e, futuramente, outros);
4) por fim, no coração destes círculos concêntricos da comunhão eclesial, temos os ministérios ordenados que dão corpo à dimensão hierárquica da Igreja, ao serviço do povo sacerdotal dos Batizados.
Na hora atual, trata-se de dar realidade ao 3º círculo. Na sua nota pastoral, o nosso Bispo entrevê que essa nova instância da ministerialidade laical poderá ter um papel importante a desempenhar na renovação das nossas paróquias e no dinamismo de futuras unidades pastorais.
Há uma aposta que não pode deixar de acompanhar o passo que agora se pretende dar: a da formação. Os futuros ministros instituídos só trarão valor acrescentado à realidade pastoral se forem pessoas qualificadas:
- a) pelo testemunho de vida cristã evangélica,
- b) pela efetividade do seu serviço às comunidades nos vários âmbitos das suas atribuições
- c) e por uma séria formação doutrinal, pastoral, espiritual e técnica que os capacite e qualifique a sua ação e interação com todos os outros ministros de facto já presentes no tecido da Igreja e com todo o povo de Deus de que fazem parte e a cujo serviço se oferecem.
O Bispo do Porto atribuiu ao Centro de Cultura Católica [= CCC], com os seus diversos cursos, em articulação com o SDEC e com o SDL, um papel central e decisivo nesta formação. Por isso convidamos os párocos e outros responsáveis pastorais da nossa Igreja a prestar atenção à ampla e renovada proposta formativa que o CCC oferece para o próximo ano pastoral.
Os párocos ou reitores de Igreja devem fazer o seu primeiro discernimento para apresentar à formação os leigos das suas comunidades que estejam em condições de iniciar um processo formativo que terá um horizonte não inferior a três anos. Na nossa Diocese, são numerosas as pessoas que têm o processo formativo proposto pelo CCC já relativamente adiantado ou até concluído. Também essas, após o indispensável discernimento, poderão ser apresentadas pelos respetivos párocos, devendo cumprir um programa anual de atualização e formação complementar que lhes será proposto de forma personalizada.
Informações mais específicas sobre os prazos e procedimentos de inscrição poderão ser consultadas na página Internet do CCC: https://ccc.diocese-porto.pt/.