Com início a 8 e final a 12 de março realizaram-se na paróquia de Santa Maria de Nogueira – Maia, as cerimónias inerentes à via Sacra, popularmente conhecidas como Procissão dos Passos, evocativas do trajeto percorrido por Jesus Cristo desde a sua condenação à morte, até ao Monte do Calvário, onde foi crucificado.
Estas, celebradas nesta paróquia desde 1851 e sempre no terceiro domingo da Quaresma, tiveram o seu início na quarta-feira, com as confissões, prosseguiram com a Via Sacra na quinta e sexta, atingindo o seu ponto alto no sábado e domingo.
Efetivamente no sábado, para além da missa vespertina, celebrou-se a Via Sacra e, posteriormente, saiu do Monte do Calvário uma procissão de velas com o andor do Santo Lenho em direção à Igreja Matriz.
Já no domingo, ocorreram as cerimónias de maior relevo e impacto, que registaram o maior número de participantes: a Procissão do Senhor dos Passos, durante a qual o Padre Joaquim Moreira da Congregação dos Missionários Combonianos proferiu os sermões do Encontro e do Calvário perante uma multidão atenta e silenciosa.
Incorporaram-se neste evento, representantes da Câmara Municipal da Maia e da Junta de Freguesia de Nogueira e Silva Escura e os seguintes Padres: José Augusto (Nogueira e Silva Escura), Domingos Areais (S. Pedro Fins e Folgosa, Micael (S. Mamede e S. Romão de Coronado) e Renato (Gaia) e a Banda de Música de Moreira da Maia.
Participaram ainda as Confrarias dos Passos da Maia, S. Mamede de Infesta, Avintes (Gaia), as Passistas de S. Mamede de Coronado (Trofa), o Agrupamento de Escuteiros 1411 de Nogueira, o Grupo Coral de Santa Maria de Nogueira, Jovens das Paróquias de Nogueira e Silva Escura com a Cruz da Jornada Mundial da Juventude e acólitos de Nogueira, Silva Escura e Pedrouços.
Esta procissão, tem sempre parte do seu percurso numa das principais artérias da Paróquia e paragens em 5 capelas da Via Dolorosa (Via Sacra) que datam de 1861, terminando na Capela do Monte do Calvário cuja data de construção é mais antiga (1859), locais onde se registou a presença de muitos assistentes.
Este pormenor, tem relevância, porquanto aquando da Implantação da República e devido à proibição de manifestações religiosas em locais públicos, o seu percurso foi alterado, passando pelo adro e de imediato seguia por um caminho particular para o Monte do Calvário (ou Monte da Farrapa como à época era denominado).
A fundação da Irmandade do Senhor dos Passos, data de 15 de abril de 1895.
(inf: Agostinho Silva)