Guerra na Ucrânia continua há um ano
A Rússia invadiu a Ucrânia a 24 de fevereiro de 2022. Completamos este mês 1 ano de guerra. No Angelus de domingo, 19 de fevereiro o Papa Francisco referiu-se ao conflito dirigindo o seu pensamento para o “querido povo ucraniano”:
“Penso nos dramas diários do querido povo ucraniano e de tantos povos que sofrem por causa da guerra, da pobreza, da falta de liberdade e das devastações ambientais, tantos povos”, disse o Santo Padre após a recitação da oração mariana.
O Papa tem mantido desde o início da invasão uma postura permanente de apelo à paz e de ajuda às populações.
Em recente entrevista ao canal 5 da televisão italiana, conduzida pelo padre Davide Banzato, Francisco lembrou, em particular, o sofrimento das crianças.
Falando para o programa “As Viagens do Coração”, o Papa recordou o seu contacto com algumas crianças refugiadas em Roma, na visita que lhes fez no Hospital Bambino Gesù em Roma. Neste hospital da Santa Sé, o Papa esteve com crianças que esqueceram o que é rir, referiu.
“Esqueceram-se de rir… Muitas crianças vieram para aqui, muitas da Ucrânia, não riem… São amáveis, sim, mas não riem, elas perderam isso. Fui encontrar as crianças que estavam no Bambino Gesù, ucranianas, feridas, ninguém (tinha) um sorriso”, afirmou Francisco.
“Tirar o sorriso a uma criança significa uma tragédia”, disse o Papa assinalando que essa tragédia está a marcar o tempo que estamos a viver. Um tempo no qual impera o negocio das armas, declarou.
“Um tempo onde o negócio maior é a venda de armas, a fabricação de armas. Hoje, se por um ano – disse-me um técnico – não se fabricassem armas, acabaria a fome no mundo. Guerras pedem armas. E porquê uma guerra? Porque normalmente um império ou um governo, quando enfraquece um pouco, precisa de uma guerra para se recuperar… Isso é mau”, frisou o Santo Padre.
A guerra na Ucrânia foi o motivo que provocou uma reação comovida inesperada do Papa em dezembro passado no dia da Solenidade da Imaculada Conceição da Virgem Santa Maria.
Foi durante o tradicional gesto de veneração e oração do Papa junto da imagem de Maria Imaculada, na Praça de Espanha, em Roma, que o Santo Padre chorou ao referir na sua mensagem o sofrimento da guerra na Ucrânia.
“Virgem Imaculada, hoje eu gostaria de trazer-te a ação de graças do povo ucraniano pela paz que há muito tempo pedimos ao Senhor”, afirmou Francisco, emocionando-se e começando a chorar.
“Em vez disso, ainda tenho de apresentar-te a súplica das crianças, dos idosos, dos pais e mães, dos jovens daquela terra martirizada, que sofre tanto”, disse o Papa na ocasião.
RS