Papa alerta para o perigo de uma “Igreja de coração estreito”

No Domingo da Palavra de Deus, 22 de janeiro, o Papa Francisco celebrou Missa na Basílica de S. Pedro. Na sua homilia exortou os cristãos a serem anunciadores da Palavra de Deus. “Testemunhá-la nas situações de cada dia, vivê-la na justiça e na caridade” e assim, assumir a missão de “sair à procura de quem está perdido, de quem está oprimido e desanimado”, disse o Santo Padre.

Francisco acrescentou que a “Palavra de Deus, que sara e levanta, não se destina apenas aos justos de Israel, mas a todos; quer alcançar os que estão longe, curar os doentes, salvar os pecadores, reunir as ovelhas perdidas e encorajar a quantos têm o coração cansado e oprimido”.

Para o Santo Padre, a Palavra de Deus “é um dom dirigido a cada um e, por isso, não podemos jamais limitar o seu campo de ação”. “Se a salvação é destinada a todos, incluindo os mais distantes e os extraviados, então o anúncio da Palavra deve tornar-se a principal urgência da comunidade eclesial, tal como o foi para Jesus”, sublinhou.

O Papa alertou para o perigo de uma Igreja de visão estreita, que não cria as condições para aplicar e praticar a Palavra que anuncia. “Não nos aconteça professar um Deus de coração largo e ser uma Igreja de coração estreito (seria – ouso dizer – uma maldição); não nos aconteça pregar a salvação para todos e tornar intransitável o caminho para a acolher; não nos aconteça saber que somos chamados a levar o anúncio do Reino e transcurar a Palavra, dispersando-nos em tantas atividades secundárias ou tantos debates secundários”, declarou.

Francisco assinalou que é essencial aprender com Jesus, colocando a Palavra no centro, em espírito de abertura às pessoas e promovendo experiências de encontro com Deus.

“Aprendamos com Jesus a colocar a Palavra no centro, a alargar as fronteiras, abrir-nos às pessoas, gerar experiências de encontro com o Senhor”, afirmou o Papa na sua homilia.

Nesta celebração e pelo segundo ano consecutivo, foram instituídos vários leigos e leigas no ministério de leitor e de catequista. Os novos leitores receberam uma Bíblia cada um e eram naturais do Reino Unido, das Filipinas e da República Democrática do Congo. Os catequistas instituídos eram sete e receberam um crucifixo. Três eram de Itália, dois das Filipinas, um da República Democrática do Congo e um outro do México.

RS