
O novo bispo de Angra, nos Açores, iniciou serviço pastoral naquela diocese após ter sido bispo auxiliar do Porto entre 2018 e 2022. Apontou a necessidade de uma Igreja “menos clerical”.
A entrada solene de D. Armando Domingues, na diocese de Angra nos Açores, decorreu no domingo dia 15 de janeiro. A celebração teve lugar na Catedral de Angra depois da tomada de posse perante o Colégio de Consultores.
Foram muitos os bispos presentes em Angra. Destacamos aqui a participação na celebração do bispo do Porto, D. Manuel Linda e dos seus bispos auxiliares, D Pio Alves e D. Vitorino Soares. D. Armando Domingues foi bispo auxiliar do Porto de 2018 a 2022.
Na sua homilia, o bispo de Angra destacou a prioridade de acolher e valorizar as pessoas. “A minha porta e coração estarão sempre abertos para todos”, disse D. Armando Domingues acentuando que quer acolher “clérigos ou leigos, mais ricos ou pobres, mais idosos ou jovens”.
“Acolher, escutar respeitosamente, descobrir a riqueza que há em quem pensa de forma diferente, animar a todos, trabalhem ou não connosco, sejam mais ou menos crentes”, afirmou.
D. Armando Domingues saudou “todo o povo açoriano” não esquecendo “os açorianos da diáspora”. Recordou os 39 bispos que o precederam e cumprimentou as autoridades civis presentes assinalando a sua disponibilidade para servir as populações. “Iremos conhecer-nos, se Deus quiser! Podeis contar comigo sempre”, declarou.
Recordou a “história dos Açores” e as suas “figuras ilustres”. “Encanta-me e dá-me esperança a marca de gente genuinamente boa e simpática, tão apreciada por quem aqui chega, mas ao mesmo tempo, tão corajosa e resiliente que nem as forças incontroláveis vindas do interior da terra ou do mais secreto do mar alguma vez venceram”, disse D. Armando Domingues.
“De facto nestas terras nascidas do ventre perigoso, mas rico, do mar, sente-se que Deus é de casa, é da família, está nos perigos como na festa, explica-se Amor na solidariedade com o próximo, basta ver a devoção ao Espírito Santo, ou Misericordioso nos fracassos e pecados na piedade crística do Senhor Santo Cristo ou Bom Jesus dos Milagres”, acrescentou.
O novo bispo de Angra apontou a sua atenção para o caminho sinodal em curso sublinhando a necessidade de uma Igreja “menos clerical”. Olhando o presente e o futuro frisou a importância da sinodalidade. “A vida da Igreja será mais participada por todos, menos clerical e mais capaz de compreender e dialogar com as novas culturas”, afirmou.
Especial destaque na homilia de D. Armando Domingues para os jovens e para a Jornada Mundial da Juventude de Lisboa em 2023. “A tudo o que tenha a ver com Jovens ou Jornada Mundial da Juventude, darei prioridade na minha agenda deste ano”, disse.
Sobre Angra, D. Armando Domingues afirmou querer começar “em breve a preparar a celebração dos 500 anos” daquela diocese. “Que Igreja queremos daqui a 10 anos? O Papa sonha uma Igreja Povo de Deus a caminho, missionária porque toda ela em saída, que não se desgaste a falar para dentro, a preocupar-se apenas e sempre com os mesmos, mas fale para fora, até aos afastados e descrentes, e diga apenas o Evangelho”, declarou.
“Sonhemos juntos para esta nossa diocese a Igreja da Esperança”, frisou.
No final da sua homilia, D. Armando Domingues, dirigiu-se diretamente aos sacerdotes dizendo-lhes querer construir “um presbitério unido, criativo e capaz de gerar vida e atrair vidas renovadas”. “Um presbitério de homens de esperança e não acomodados e menos ainda desanimados.”, disse o bispo de Angra.
D- Armando Esteves Domingues é natural de Oleiros na diocese de Portalegre-Castelo Branco onde nasceu a 10 de março de 1957. Foi ordenado presbítero a 13 de janeiro de 1982 na diocese de Viseu. O Papa Francisco nomeou-o bispo auxiliar do Porto em outubro de 2018 e bispo de Angra a 4 de novembro de 2022. Na Conferência Episcopal Portuguesa, D. Armando Domingues é responsável pela Comissão Missão e Evangelização.
RS