Um ano de novas oportunidades

Por Joaquim Armindo

“As novas oportunidades resultantes da dinâmica e da novidade inerente à própria vida e de que nos fala o pensamento inicial, serão geradoras de crescimento e de novos e ricos desenvolvimentos, quanto mais forem colocadas perante Deus em oração. Os acontecimentos mais sofridos e dolorosos que possamos vir a encontrar e viver no decorrer deste ano, podem também ser oportunidades de profundo crescimento interior, humano e espiritual.”, assim se refere o bispo José Jorge, da Igreja Lusitana – Comunhão Anglicana, na sua mensagem do Ano Novo. Começando por contar uma história sobre as saudações recebidas por altura do Ano Novo em que uma delas continha uma pergunta e uma resposta: “O que é que o novo ano nos irá trazer? E a resposta à pergunta dizia: 365 oportunidades!” (ou seja, uma oportunidade por cada dia do ano)”, o bispo referiu que se “ninguém pode adivinhar o que vai acontecer no decorrer do ano” porque a vida é feita de situações imprevisíveis, de novos e inesperados acontecimentos no plano social e individual, que não controlamos e que de repente abalam as nossas seguranças e certezas e revelam a nossa própria vulnerabilidade.”, o certo é que todos podem  “realizar uma retrospetiva do que aconteceu e de uma forma particular influenciou a minha vida, a minha fé e a minha relação com os outros.”

Continuando a sua mensagem lembra os “banhos de água do mar”, que tanto é tradicional, para exortar a “uma viagem interior às suas próprias águas batismais que requer tempo e humildade, arrependimento e abertura à novidade de Deus. É o “olhar para trás” presente na confissão dos pecados, que nos leva a ajoelhar perante o Senhor, e que torna depois possível, o nosso reerguer pela Graça da absolvição recebida.” José Jorge diz que se “ninguém deseja a outra pessoa, uma doença, uma separação matrimonial, uma ida para o desemprego, um desastre natural ou um contexto de guerra. No entanto, todos percebemos que esta realidade sofrida (e muitas vezes causada pelo pecado humano), vai estar presente e nos vai afetar e condicionar no decorrer deste novo ano.”

E apela à oração sabendo que “fazer da oração uma espécie de “aspirina espiritual” pronta a usar perante qualquer problema ou adversidade. Uma espécie de varinha mágica capaz de imediata e espontaneamente resolver a lista de problemas que colocamos perante Deus. Não menorizemos Deus procurando-o forçar a fazer e realizar aquilo, que nós consideramos, ser importante. O nosso Deus não é um Deus milagreiro pronto a alterar a realidade complexa inerente à própria vida da qual Ele é a fonte e a origem. O modo como oramos pode não só nos afastar de Deus como também ser um mau testemunho para outros que buscam a Deus.” Termina dizendo que teremos de sentir o novo ano como as “365 bênçãos que estão agora ao nosso alcance.”