“Encontrei pessoas com um grande amor à Igreja e generosidade no apostolado”, escreve D. Armando Domingues sobre o Porto. Diz partir agora para um “oceano imenso como campo de missão, centrado em nove fantásticas ilhas” dos Açores.
Por Rui Saraiva
O Papa Francisco nomeou, no passado dia 4 de novembro, D. Armando Domingues como novo bispo de Angra. Após serviço de 4 anos na diocese do Porto como bispo auxiliar, D. Armando Domingues segue agora para os Açores em nova missão pastoral.
E é com particular emoção que se despede do Porto afirmando que “já há muito tempo” que esta é a sua “amada diocese do Porto”.
Num texto de agradecimento à diocese do Porto, D. Armando Domingues recorda o dia em que foi apresentado à diocese que aconteceu “na Eucaristia de Ação de Graças pelos serviços do nosso D. António Taipa”.
“Então, apresentei-me dizendo: ‘espero em breve poder dizer, como confessou o Sr. D. António Taipa, que sou feliz nesta amada diocese do Porto’. Hoje garanto que o fui de facto. E muito! Já há muito tempo que digo com toda a propriedade e verdade: “a minha amada diocese do Porto”! Nunca o deixará de ser”, declara na sua mensagem.
E acrescenta; “Disso dou graças a Deus e agradeço especialmente ao Sr. D. Manuel Linda todo o acolhimento, entendimento, confiança, ajuda e amizade que nele sempre encontrei e que perdurará e continuará a dar frutos. Nele, agradeço a todos os padres, religiosos e leigos com quem me cruzei e com quem fui aprendendo a “ser bispo”. Um agradecimento particular ao Sr. D. Pio e ao Sr. D. Vitorino pela amizade e caminho feito nestes 4 anos”.
Aos padres da diocese do Porto “que servem com elevado espírito de missão”, deixa D. Armando Domingues uma mensagem de ânimo revelando ter encontrado no Porto “um presbitério com caraterísticas e potencialidade únicas”. “Padres que sabem e sentem a unidade com o seu bispo, por ela rezam e se empenham, mesmo que custe”, sublinha.
“Encontrei pessoas com um grande amor à Igreja e generosidade no apostolado, leigos formados e muito capazes nos diversos campos da pastoral. Quero usar uma expressão muito beirã para agradecer a todos com quem trabalhei mais de perto nas vigararias, secretariados, conselhos, etc.: “Bem Hajam”! A todos abraço com amizade e peço desculpa por não ter sabido dar mais”, escreve D. Armando Domingues na sua mensagem à diocese do Porto.
O novo bispo de Angra diz que parte para um “oceano imenso como campo de missão, centrado em nove fantásticas ilhas” dos Açores.
“Partirei animado e com renovada esperança no presente e no futuro”, afirma D. Armando que sublinha partir “livre, disponível e encantado” com o que o espera nos Açores.
“Num restinho do vosso tempo, podem-me colocar a mim nas vossas orações”, pede D. Armando Domingues à diocese do Porto.
Bispo auxiliar do Porto de 2018 a 2022
D. Armando Esteves Domingues, nasceu a 10 de março de 1957 em Oleiros, Castelo Branco, na Diocese de Portalegre-Castelo Branco.
Em outubro de 1967 entrou no Seminário Menor de Viseu, em Fornos de Algodres. Em junho de 1980 concluiu os estudos feitos no Seminário Maior, em Viseu.
De junho de 1980 a outubro de 1981 fez um ano de experiência pastoral junto do Centro Mundial de espiritualidade e de teologia do Movimento dos Focolares, em Grottaferrata, com especial foco na pastoral juvenil e vocacional.
Regressado à Diocese, recebeu a Ordenação diaconal a 25 de novembro de 1981 e a Ordenação presbiteral a 13 de janeiro de 1982, incardinando-se na Diocese de Viseu.
A 15 de janeiro de 1982 foi nomeado Vigário Paroquial das Paróquias de Fragosela e de Santos Evos.
A 24 de maio de 1982 foi nomeado Pároco de São Martinho das Moitas, Gafanhão e Covas do Rio; em outubro de 1983 foi nomeado Pároco também da Paróquia de Reriz.
A 2 de setembro de 1984 iniciou a frequência do Curso de Capelães Militares, no fim do qual se torna Capelão Militar da Força Aérea Portuguesa; colocado no Estado Maior da Força Aérea e na Base de Tropas Paraquedistas de Monsanto. Em março de 1984 foi nomeado Capelão da Base de Alfragide e Adjunto do Capelão Chefe da Força Aérea.
Como militar desenvolve, de dezembro de 1984 a janeiro de 1987, o serviço de Assistente da IV Secção do Corpo Nacional de Escutas (CNE) na Região de Lisboa e Adjunto do Assistente Regional. Durante o mesmo período colabora também com os Cursilhos de Cristandade.
Em fevereiro de 1987, regressado à Diocese, recebe vários encargos: Professor de Educação moral e religiosa católica na Escola Secundária Emídio Navarra, em Viseu; Assistente do Agrupamento 102 do CNE e sucessivamente Assistente Regional da CNE; Assistente do Movimento de Educadores Católicos; Assistente espiritual do Movimento Equipas de Nossa Senhora e Conselheiro espiritual de duas Equipas.
Em 1987 foi eleito Membro do Conselho Presbiteral. Foi ainda Membro do Conselho Pastoral Diocesano e Membro do Colégio de Consultores.
A 17 de setembro de 1989 foi nomeado Pároco in solidum das Paróquias de Torredeita, Boaldeia e Farminhão do Arciprestado de Viseu. Entretanto, de 1989 a 2014 foi professor de Ética e Desenvolvimento Pessoal na Escola Profissional de Torredeita. De 1989 a 2016, foi Diretor do jornal “Voz de Torredeita e Boaldeia”.
De novembro de 2004 a julho de 2015 foi Ecónomo Diocesano. Entretanto, desde setembro de 2006 foi Pároco in solidum da Paróquia de São Salvador e Responsável do Vicariato de Nossa Senhora do Viso, do qual foi nomeado Pároco em setembro de 2012. De 2016 a 2017 foi professor dos alunos do Seminário Maior de Viseu no último ano de formação.
A 20 de julho de 2015 foi nomeado Vigário Geral da Diocese de Viseu.
Em 27 de outubro de 2018 foi nomeado Bispo titular de Centenária e Bispo Auxiliar da Diocese do Porto; a 16 de dezembro de 2018 recebeu a Ordenação Episcopal na Catedral de Viseu.
Na Conferência Episcopal Portuguesa é Presidente da Comissão Missão e Nova Evangelização, assim como Membro da Comissão Laicado e Família.