Barhein. Papa: “procurar sempre a paz”. Francisco disse que se deve “romper a espiral da violência”

Foto: Vatican Media

Eucaristia juntou fiéis do Bahrein, Kuwait, Qatar e Arábia Saudita. Francisco pediu aos cristãos a capacidade de “ver no outro, não um obstáculo a superar, mas um irmão e uma irmã a amar”.

Neste sábado 5 de novembro o Papa presidiu a uma Missa no Estádio Nacional do Barhein. Uma Eucaristia que juntou fiéis dos quatro países do Vicariato Apostólico da Arábia do Norte – Bahrein, Kuwait, Qatar e Arábia Saudita.

Na sua homilia o Papa refletiu sobre o tema: “amar sempre e amar a todos”.

Recordando as palavras do Evangelho de Mateus proclamada naquela Eucaristia, segundo as quais Jesus convida-nos a “permanecer sempre no seu amor”, o Santo Padre sublinhou que “Jesus não é utópico” e que fala “explicitamente de maus e de inimigos”.

“Jesus bem sabe que há conflitos, opressões, inimizades”, salientou.

Francisco frisou que a proposta de Jesus para a resolução de conflitos é “surpreendente” e “audaz”.

“Pede aos seus a coragem de arriscar por algo que, na aparência, é perdedor; pede-lhes para permanecerem sempre, fielmente, no amor, apesar de tudo, mesmo perante o mal e o inimigo”, disse o Santo Padre.

“Se alguém te bater na face direita, oferece-lhe também a outra”, lembrou o Papa citando as palavras de Jesus. Este é “o convite de Jesus”, frisou o pontífice assinalando que se aplica às “situações concretas da nossa vida” porque devemos “procurar sempre a paz”:

“O convite de Jesus não tem a ver primariamente com as grandes questões da humanidade, mas com as situações concretas da nossa vida: os nossos laços familiares, as relações na comunidade cristã, os vínculos que cultivamos no trabalho e na sociedade onde nos encontramos. Haverá atritos, momentos de tensão, conflitos, diversidade de perspetivas, mas quem segue o Príncipe da paz deve procurar sempre a paz”, disse o Papa.

Para Francisco a paz só possível se formos capazes de “quebrar a cadeia do mal” e “romper a espiral de violência”:

“É preciso «desativar«, quebrar a cadeia do mal, romper a espiral da violência, deixar de guardar ressentimento, pôr fim a lamúrias e lamentos acerca da própria sorte. Há que permanecer no amor, sempre: é o caminho de Jesus para dar glória ao Deus do céu e construir a paz na terra”, declarou o Papa.

No entanto, este amar sempre, de que falou o Papa na sua reflexão, deve ser para todos. No segundo aspeto da sua homilia Francisco sublinhou que “o verdadeiro desafio, para ser filhos do Pai e construir um mundo de irmãos, é aprender a amar a todos, mesmo o inimigo”, revelou o Santo Padre.

E para que os cristãos sejam capazes de “ver no outro, não um obstáculo a superar, mas um irmão e uma irmã a amar”, o Papa assinalou a importância da oração e lembrou “pedido essencial” que um cristão deve fazer a Deus: “saber amar como Cristo”.

“Amar é o dom maior, e recebemo-lo quando damos espaço ao Senhor na oração, quando acolhemos a Presença d’Ele na sua Palavra que nos transforma e na revolucionária humildade do seu Pão partido. Assim, lentamente, vão caindo os muros que nos endurecem o coração e encontramos a alegria de praticar obras de misericórdia para com todos”, afirmou Francisco no final da sua homilia.

RS