Multidão de jovens acolhe símbolos da JMJ em festa no Porto (c/ vídeo)

 

“Gostamos deste entusiasmo” – disseram os jovens à reportagem de Voz Portucalense. No acolhimento dos símbolos na diocese do Porto estavam presentes milhares de jovens, que saíram mais motivados a marcar presença na Jornada Mundial da Juventude, em Lisboa. Evento também atraiu e contagiou crentes de todas as idades.

Nem com um dia longo nas pernas, os jovens foram capazes de mostrar cansaço. “Temos energia porque somos jovens seguidores de Jesus e gostamos deste entusiasmo. De viver Cristo desta forma, a dançar e a cantar”, diz Fábio Sousa, de 28 anos, já no final de um dia de muito preenchido de acolhimento dos símbolos da Jornada Mundial da Juventude (JMJ).

O jovem de Lavra, Matosinhos, era um dos muitos jovens que receberam a cruz peregrina e o ícone mariano “Salus Populi Romani” na Diocese do Porto. Um dia que ficará na memória de todos os que nele participaram.

A motivação de muitos a marcar presença neste evento do Comité Organizador Diocesano (COD) do Porto era a de ganhar ainda mais vontade a marcar presença na JMJ.

“Vinha para ganhar vontade de vir à JMJ e cumpri o objetivo. Estou ainda mais motivado para o próximo ano. Vir aqui dá vontade de vir aos eventos seguintes”, confessa Simão Francisco, após a chegada do barco.

Também Sara Nunes, de Sobrado, detalhou que esta receção aos símbolos é o começo de um caminho até ao grande evento. “Isto é só o início para nós vivermos e prepararmos a JMJ, em agosto.”

O barco que trouxe os símbolos chegou pouco depois da hora prevista, o que fez aumentar a ansiedade dos presentes, que tinham ido para a Ribeira bem cedo, para assistirem à chegada no melhor local.

A vontade de estar perto do barco que subiu o Douro desde o Peso da Régua era tanta que o rio chegou a tocar os pés dos mais atrevidos. Ainda assim a concentração de pessoas não se reduziu ao cais da Ribeira, uma vez que mesmo as varandas se iam enchendo de curiosos.

“Estávamos todos cansados de estar em casa e temos aqui uma forma de nos juntarmos todos. Sentia falta desta união”, conta-nos Lia, uma jovem de Lousada, que conseguiu um bom lugar no meio da multidão.

A conversa dos jovens foi sendo trocada pelos cânticos e pelo rebimbar dos sinos, que ia antevendo a chegada dos símbolos. Não tardou muito até se ver um barco rabelo facilmente distinguível dos restantes que navegavam o rio pela enorme cruz que transportava.

A euforia de toda a multidão foi acompanhada pelo entoar do hino da JMJ, que transparecia a alegria e euforia dos presentes na Ribeira, que tinham alcançado o momento tão aguardado.

Os cânticos só foram interrompidos momentaneamente pelas breves palavras do Bispo do Porto, que pediu aos jovens para “abrirem os braços ao nosso Deus”.

Enchente de alegria contagiou todas as idades

De braços abertos e com energia nas pernas os jovens acompanharam a subida dos símbolos até à Sé. As ruas históricas da cidade foram cruzadas pela juventude enérgica da diocese, que deixou um rasto de alegria por onde passava.

Os jovens iam acenando com um sorriso na cara às pessoas que assistiam nas varandas à passagem da multidão. “Não foram só os jovens que foram mobilizados. Os velhinhos vinham à janela e batiam palmas”, confirma Ana Martins, de 60 anos.

Apesar de ser pensado para os jovens, o dia atraiu católicos de todas as idades, que quiseram contribuir com a sua presença neste dia memorável para a diocese.

“É importante reunir a juventude toda para aumentar a crença. Vai ser um momento que eles vão recordar para sempre”, afirma Sara, de 32 anos.

O caminho até à Sé foi longo e sinuoso, mas ninguém desarmou da multidão que queria seguir a cruz e o ícone até à catedral, onde os símbolos permaneceram algum tempo para adoração.

Porto, diocese em festa

Após a chegada ao Terreiro da Sé, foi tempo de todos descansarem até à Vigília. Mas o entusiasmo era tanto, que mesmo com o cansaço se iam ouvindo os habituais cânticos e algumas danças.

“Este descanso foi bom para repor energias para o momento da Vigília. Também é preciso estar um bocado em paz”, conta Fábio Sousa, que esteve presente na JMJ em Cracóvia (2016). “Gostei daquela semana intensa, de estar em contacto com jovens de todo o mundo. Agora é estar pronto para acolher”, admite.

O jovem de Lavra, Matosinhos, destaca a versatilidade dos jovens portugueses, que tanto estão prontos para “rezar” ou para estarem “mais entusiasmados”. Para Fábio não há dúvida que a juventude de Portugal vai estar “à altura” da JMJ.

Foi depois de uma Vigília de Oração com muito silêncio, palavras do Bispo e fogo de artifício, que o dia encerrou para as milhares pessoas que participaram num dia inesquecível.

“A Diocese do Porto vai estar em festa e em harmonia, durante o mês de outubro e em Lisboa [na JMJ]. Porto é sinónimo de festa e tradição”, é o que conta André Tavares, de Gulpilhares, antevendo a JMJ, mas a olhar para este sábado preenchido, em que a diocese do Porto rematou um mês de outubro repleto de emoção e de entusiasmo.

MC