
Realçamos aqui a troca de experiências com responsáveis de comunicação de anteriores edições da Jornada Mundial da Juventude (JMJ)
Decorreu nos dias 22 e 23 de setembro mais uma edição das Jornadas Nacionais de Comunicação Social em Fátima. “Comunicar a JMJ 2023” foi o tema de reflexão e o evento ficou marcado pela troca de experiências responsáveis de comunicação de anteriores edições da Jornada Mundial da Juventude (JMJ) que participaram por vídeo conferência.
As Jornadas Nacionais da Comunicação Social convidaram responsáveis de comunicação para recordarem experiências vividas nas JMJ de Madrid 2011, Rio de Janeiro 2013, Cracóvia 2016 e Panamá 2019.
A diretora de comunicação da JMJ Madrid 2011, Marieta de Jaureguizar, disse que a comunicação deste evento requer “transparência, verdade, claridade”.
“Devemos comunicar com transparência, verdade, claridade. Se sabemos muito bem, caso contrário procuramos a resposta e damos depois. Com todo o respeito e verdade. Havia muitos jornalistas contrários à Igreja, na altura e que respeitaram toda a Jornada”, explicou Marieta de Jaureguizar, aos participantes nas Jornadas Nacionais de Comunicação Social 2022, que se realizam esta quinta e sexta-feira, em Fátima, na ‘Domus Carmeli’.
A responsável recordou a importância de ter um plano de “comunicação de crise”, na esperança que “não venha a ser usado”.
Marieta de Jaureguizar, que recebeu na capital espanhola cinco mil jornalistas, sublinhou a “enorme responsabilidade” de comunicar o evento de jovens da Igreja católica: “É a imagem da Igreja para os jovens atual”.
A responsável recordou desafios que “cada jornalista de cada nacionalidade” apresentava, para chegar junto de peregrinos e sacerdotes da sua nacionalidade.
“A comunicação está ao serviço não é protagonista, deve sim dar protagonismo às entidades e aos responsáveis, mas há que deixar trabalhar a equipa de comunicação”, explicou, recordando ter recebido 1500 pedidos para entrevistar o Papa Bento XVI.
Marieta de Jaureguizar explicou ainda, a partir da sua experiência, que toda a comunicação institucional “é importante”, mas “o que vai correr mundo é o que vai ser partilhado nas redes sociais pelos jovens”.
Fabíola Goulart e Gustavo Huguenin, foram responsáveis da comunicação da JMJ Rio de Janeiro 2013 e voluntários na comunicação das redes sociais em Cracóvia em 2016 e trabalharam com uma equipa de 120 voluntários.
“Tivemos a preocupação de comunicar em todos os idiomas. Os idiomas oficiais eram oito, mas nas redes sociais eram mais”, recordaram: “Tivemos o coreano, a pensar que ia ter pouco impacto, mas conseguimos chegar a 400 mil pessoas”.
A equipa de redes sociais escreveu, nos 90 dias antes do início das Jornadas em Cracóvia, 18 mil mensagens e alcançaram mais de 185 milhões de utilizadores na semana das JMJ.
“Atrair, comprometer e interagir com os participantes nas redes sociais”, foi a estratégia seguida pela equipa bem como privilegiar o conteúdo feito pelos jovens participantes, propondo “desafios” aos jovens.
“A comunicação nas redes sociais deve ter a preocupação de chegar a quem está fora, porque os que não são peregrinos, que estarão fora de Lisboa, vão querer saber o que se passa”, indicaram.
Ser ágil e otimizar todos os recursos “porque o financiamento é escasso”, reconheceram.
Luís Ponce, diretor de Logística da JMJ do Panamá, deu conta do impacto de realizar uma jornada num país pequeno: “Como fazer uma jornada num país pequeno, somos uma igreja pequena, não temos recursos”, relembrou.
O atual responsável pelo planeamento e logística do Dicastério Leigos, Família e Vida, falou sobre a comunicação que a Igreja faz de “um encontro com Deus”, sendo esta uma “dimensão que não pode ser descurada”.
“A comunicação deve ser simples, oportuna e fácil”, explicou.
RS com Agência Ecclesia