Jornada Mundial da Juventude em Lisboa

Por Joaquim Armindo

O tema da JMJ do Panamá era este: “Eis a serva do Senhor, faça-se em mim segundo a tua palavra” (Lucas 1, 38). Depois daquele evento, retomamos o caminho para uma nova meta – Lisboa 2023 –, deixando ecoar nos nossos corações o premente convite de Deus a levantar-nos. Em 2020, meditamos nesta palavra de Jesus: “Jovem, Eu te digo, levanta-te!” (Lucas 7, 14). No ano passado, serviu-nos de inspiração a figura do apóstolo São Paulo, a quem o Senhor ressuscitado dissera: “Levanta-te! Eu te constituo testemunha do que viste” (Atos dos Apóstolos 26, 16). No troço de estrada que ainda nos falta para chegar a Lisboa, caminharemos juntos com a Virgem de Nazaré, que, imediatamente depois da Anunciação, “levantou-se e partiu apressadamente” (Lucas 1, 39) para ir ajudar a prima Isabel. Comum aos três temas é o verbo levantar-se, palavra (é bom lembrá-lo!) que significa também “ressuscitar”, “despertar para a vida”. Assim se inicia uma mensagem dirigida pelo bispo de Roma e papa Francisco, sobre a Jornada Mundial da Juventude a realizar-se em Lisboa, em 2023.

Curiosas as expressões usadas na mensagem “levanta-te”, “apressadamente”, “ressuscitar” e “despertar para a vida”, que a mensagem tão bem estimula “nestes tempos tão difíceis, em que a humanidade já provada pelo trauma da pandemia, é dilacerada pelo drama da guerra”, como refere mais adiante, o que nos leva a concluir que para além da “festa” em Lisboa, se vai dar um grande encontro de jovens, que se quer ecuménico, mas não estimulando a paralisia das estruturas, nomeadamente as clericais, dos jovens e de todo o Povo de Deus que se quer em movimento, em caminhada, caminhando não só para uma Igreja profética e renovada, mas para uma Humanidade a precisar de quem se levante, ressuscite, de um modo apressado e leve a mensagem do Evangelho da Reconciliação e da Paz.

Centrada, a mensagem, naquela jovem Maria que se “levantou” e “partiu ativamente”, para servir quem precisava, naquele caso concreto Isabel, de forma que “sai para a luz do sol, onde há vida e movimento”. Esta igreja inquieta que Francisco, tantas vezes, tem fomentado o seu aparecimento, que não tem “poderes”, mas “serviço”, o que é patente nesta mensagem. Para lá da alegria do grande encontro de jovens e das pessoas que o quiserem fazer, está plasmada a necessidade de transformação da igreja, “serva” como Maria, “atenta”, como Maria, “correndo”, para servir, como Maria.