Francisco celebrou Missa em Edmonton no Canadá em dia de S. Joaquim e de Santa Ana, os avós de Jesus. Na sua homilia pediu que não se repita “a história de violência e marginalização” perpetrada sobre os povos indígenas daquele país.
Na cidade de Edmonton no Canadá, o Papa Francisco celebrou Missa no Estádio Commonwealth, nesta terça-feira 26 de julho. Na Festa de S. Joaquim e de Santa Ana, os avós de Jesus foram a primeira referência do Santo Padre na sua homilia.
O Papa assinalou como primeira reflexão que todos “somos filhos de uma história que devemos guardar”. Referiu a importância das raízes familiares de cada um e, em particular, o exemplo dos avós.
Afirmou que “esta é a nossa história que se deve guardar, a história de que somos herdeiros: somos filhos, porque somos netos. Os avós imprimiram em nós o cunho original do seu modo de ser, dando-nos dignidade, confiança em nós e nos outros” – disse Francisco.
O Papa recordou a importância dos avós na vida de Jesus, pelo amor que dedicaram a Maria:
“Joaquim e Ana amaram Maria assim; e Maria amou assim Jesus, com um amor que nunca O sufocou nem tolheu, mas encaminhou a fim de abraçar a missão para que veio ao mundo” – lembrou o Papa apelando “ao amor e respeito pelas pessoas que nos precederam e estão confiadas, tesouros preciosos que guardam uma história maior do que eles” – afirmou.
O Santo Padre lançou, a este propósito, uma pista de reflexão: “Nas nossas casas, cada vez melhor equipadas, modernas e funcionais, sabemos preparar um espaço digno para conservar as suas recordações, um lugar próprio, um pequeno Oratório familiar que nos permita, através de imagens e objetos queridos, elevar também o pensamento e a oração por quem nos precedeu?”
O Papa frisou ainda um segundo aspeto na sua homilia, afirmando que para além de sermos “filhos de uma história a guardar, somos artesãos de uma história a construir”.
Francisco recordou o Evangelho proclamado naquela celebração sublinhando que “aqueles que nos precederam transmitiram-nos uma paixão, uma força e um anseio, um fogo que nos cabe reavivar; não se trata de guardar cinzas, mas reavivar o fogo que eles acenderam” – disse o Santo Padre.
Francisco concluiu a sua homilia pedindo a intercessão de S. Joaquim e Santa Ana e sublinhou algumas questões para o compromisso futuro:
“Estou a gerar vida? Estou introduzindo na história um novo e renovado amor que antes não havia? Estou a anunciar o Evangelho onde estou a viver, estou a servir alguém gratuitamente, como fez comigo quem me precedeu? Que faço pela minha Igreja, pela minha cidade e a sociedade?” – perguntou o Papa.
O Santo Padre apelou a “um futuro onde os idosos não sejam descartados” e referindo-se à realidade concreta do Canadá, fez votos para que no futuro não “se repita a história de violência e marginalização sofrida pelos nossos irmãos e irmãs indígenas”.
RS