
Cerimónia evocativa da Entrada no Porto do Exército Liberal foi presidida pelo Presidente da República e culminou com uma Missa no interior da Catedral do Porto.
Na segunda-feira, 11 de julho, teve lugar no Terreiro da Sé do Porto uma cerimónia evocativa da Entrada no Porto do Exército Liberal, presidida pelo Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, e que decorreu perante militares dos três ramos das Forças Armadas na presença do Chefe do Estado-Maior-General das Forças Armadas, Almirante António Silva Ribeiro.
Na ocasião, foi atribuído ao presidente da Câmara Municipal do Porto, Rui Moreira, a Medalha da Cruz de S. Jorge, conferida pelo Estado-Maior-General das Forças Armadas pelo “excelente relacionamento institucional” que o autarca portuense tem mantido com as Forças Armadas.

De registar a presença do secretário de Estado da Defesa Nacional, Marco Capitão Ferreira, do presidente da Assembleia Municipal, Sebastião Feyo de Azevedo, e dos vereadores do executivo municipal.
Nesta cerimónia, o Presidente da República lembrou a importância do Porto no acolhimento que fez a D. Pedro a 9 de julho de 1832: “Há 190 anos e dois dias, chegava à Praça da Liberdade D. Pedro, com o propósito de lutar pela liberdade, por uma Constituição. Chegava ao Porto, que o acolheria com lealdade, ficando para sempre a cidade capital da liberdade e conservando para sempre o seu coração” – disse o presidente.
Na sua intervenção, Marcelo Rebelo de Sousa assinalou, em particular, o valor da liberdade como essencial na evocação daquele dia histórico: “A liberdade é um bem essencial. Sem cuidados de saúde e proteção contra a pobreza não há verdadeira liberdade. A liberdade conquista-se todos os dias, não há liberdade para sempre conquistada. A liberdade é de cada pessoa e de todas as pessoas; a liberdade é de todos. A liberdade exige a diferença, diversidade, pluralismo, diálogo, tolerância. As Forças Armadas estiveram sempre presentes para lutar pela liberdade, serem os garantes da liberdade e não os seus donos. São um exemplo para todos nós” – afirmou.

Após a cerimónia no Terreiro da Sé, o bispo do Porto presidiu a uma Missa no interior da Catedral, concelebrada por D. Rui Valério, bispo das Forças Armadas e de Segurança. Na sua homilia, o bispo do Porto recordou a importância da Igreja e das Forças Armadas na construção da nação portuguesa.
D. Manuel Linda afirmou a crença da Igreja no valor da liberdade: “A Igreja crê piamente na liberdade pessoal e social, pois sem ela nem há dignidade de consciência nem sociedade adulta. E agradece aos liberais a instauração do sistema democrático e a defesa dos direitos humanos” – disse.
Para o bispo do Porto, a Igreja e as Forças Armadas estão do mesmo lado na defesa da liberdade: “Forças Armadas e Igreja estão do mesmo lado na defesa acérrima de uma liberdade que exprima a sublime dignidade de toda a pessoa humana, edifique laços recíprocos regidos pela verdade e pela justiça e, enfim, dote a sociedade da capacidade de recusa de tudo o que é moralmente negativo, seja qual for a forma em que se apresente, já que a plenitude da liberdade não consiste no exercício arbitrário e incontrolado da absoluta autonomia pessoal, mas na capacidade de dispor de si em vista do autêntico bem, no horizonte do bem comum universal” – declarou.
Na conclusão da sua homilia, D. Manuel Linda, alertou para “que não falhem os grandes suportes que deram lastro a esta bela construção da portugalidade: Igreja e Forças Armadas”. Para o bispo do Porto “ainda há muito a fazer em prol da liberdade, da justiça social e do bem comum”.
RS