
Cerca de 40 mil ficheiros da série documental ‘Ebrei’ (Judeus), relativos ao pontificado de Pio XII e à correspondência dos serviços do Vaticano com judeus perseguidos pelo regime nazi, estão disponíveis para consulta universal por decisão do Papa Francisco.
Num comunicado da Sala de Imprensa da Santa Sé, divulgado na quinta-feira 24 de junho, indica-se que a série de documentos do Arquivo Histórico da Secretaria de Estado – Seção de Relações com Estados e Organismos Internacionais (ASRS) agora de acesso público através da internet tem como tema ‘Ebrei’, onde se guardam “os pedidos de ajuda dos judeus de toda a Europa” que foram recebidos pelo Papa durante as perseguições pelo regime nazi durante a II Guerra Mundial.
O comunicado informa que ao todo são 170 volumes, equivalente a cerca de 40 mil arquivos digitais, e pode ser consultado inicialmente 70% deste material, estando os últimos volumes ainda a ser digitalizados.
Num artigo publicado no portal de informação do Vaticano e no jornal L’Osservatore Romano, o arcebispo Paul Gallagher, secretário para as Relações com os Estados, afirma que os pedidos chegavam à Secretaria de Estado e os canais diplomáticos “eram ativados para tentar fornecer toda a ajuda possível, tendo em conta a complexidade da situação política em escala mundial”.
“Os pedidos eram de vistos ou passaportes para expatriação, refúgio, reunificação com um membro da família, libertação da detenção, transferência de um campo de concentração para outro, notícias sobre uma pessoa deportada, fornecimento de alimentos ou roupas, apoio financeiro, apoio espiritual e muito mais”, exemplifica o responsável do Vaticano.
Os arquivos, referente ao pontificado de Pio XII, que foram abertos aos investigadores no dia 2 de março de 2020 e podiam ser consultados na Sala de Leitura do Arquivo Histórico, estão disponíveis online.
No início deste ano, o historiador alemão Michael Feldkamp, que tem investigado os Arquivos do Vaticano sobre o pontificado de Pio XII (1939-1958), afirmou que o Papa salvou pessoalmente “pelo menos 15 mil judeus” e tentou alertar para o Holocausto.
(inf: Agência Ecclesia)