Concluiu-se por meios telemáticos, na noite de 7 de junho, com a 7ª sessão, o ciclo «Levanta-te: Juntos por um caminho novo», organizado pelo Centro de Cultura Católico e pelo Diaconado Permanente da Diocese do Porto em torno de grande parte das temáticas do Plano Diocesano de Pastoral 2021/2022. Esta sessão, muito participada, como testemunham os 84 dispositivos informáticos ligados, foi dedicada à conferência «A “nova fantasia da caridade” comunidade cristã», proferida P. Manuel Fernando Silva, diretor do Secretariado Diocesano da Pastoral Social e Caritativa. A conferência corresponde ao Plano Pastoral que, entre as suas linhas programáticas, refere: «Ousar uma nova fantasia da caridade, uma caridade criativa, a nível pessoal e eclesial, capaz de responder às necessidades, sem deixar ficar ninguém para trás».
O P. Manuel Fernando, depois de evocar brevemente a atividade do Secretariado no que respeita aos Centros Sociais e de ter aludido como ponto de partida da sua exposição ao episódio da multiplicação dos pães, referiu que se estendermos o olhar sobre as comunidades cristãs vemos que há carências que afetam a qualidade da vivência cristã. Encontramos, contudo, também comunidades vivas, nas quais se manifesta o compromisso cristão. Apelou a um olhar que rompa o autismo que não deixa ver para lá das nossas barreiras, um olhar que veja o outro a partir do mistério da Trindade, um olhar que o olhe como irmão e não como necessitado.
As comunidades cristãs precisam assim de ser escolas de comunhão, propiciando uma leitura espiritual sobre o mundo e sobre o outro, precedente à programação de atividades. Na caridade vê o conferencista uma ocasião de credibilidade da Igreja, na sua evangelização, desde a presença e testemunho, passando pela catequese e pela celebração da fé, até à ação social organizada. A pastoral social visa precisamente o desenvolvimento integral da pessoa, na procura da superação de desequilíbrios e da integração social dos desfavorecidos. De facto, se na comunidade cristã falta o empenho contra a pobreza, a desigualdade e a injustiça, falha certamente o serviço e a evangelização.
O P. Manuel Fernando afirmou serem o cristão e as famílias os agentes da pastoral social, evidenciando que há muitas atividades para lá das instituições. O testemunho da caridade não pode, contudo, ficar ao nível da iniciativa individual ou da boa vontade de alguém. É necessário assegurar a congregação de esforços. O agente pastoral é membro de uma comunidade e o grupo organizado está mandatado por esta.
No seu entendimento, a pastoral social não pode ser mero assistencialismo, na resposta a situações. Recorrendo à conhecida imagem do peixe, referiu que é preciso dar o peixe, mas também ensinar a pescar e garantir o direito de pescar. Estes três elementos são fundamentais na promoção da dignidade humana. Referiu ainda que a ação da comunidade cristã não pode ficar na mera gestão ou no humanismo filantrópico. É necessária a caridade cristã, que decorre de uma experiência de fé e não de impulsos isolados. É, pois, muito importante a aposta na formação. Não apenas a imprescindível formação técnica de gestão, mas também a formação cristã para agir à maneira de Cristo em nome da sua comunidade.
Após o termo da exposição seguiu-se um longo tempo de diálogo a partir das questões e das observações dos participantes, a que o P. Manuel Fernando procurou dar resposta ou comentar e integrar na sua reflexão.
Assim se concluiu o ciclo de conferência do presente ano pastoral. Por agora o CCC já divulgou os Cursos que vai ter em lecionação em 2022/2023, designadamente no âmbito da formação teológica e da formação de ministérios litúrgicos. A seu tempo, divulgará também o(s) ciclo(s) temáticos que conta organizar.
(inf: CCC)