
O ano de 2022 ficará marcado pelo jubileu dos 50 anos da consagração ao Sagrado Coração de Jesus da Igreja das Irmãs de Nossa Senhora da Caridade do Bom Pastor, em Ermesinde. Depois de dedicada pelo saudoso e insigne D. António Ferreira Gomes, foi consagrada ao Sagrado Coração de Jesus em 1972 em cumprimento de um voto feito pela Beata Irmã Maria do Divino Coração cujos restos mortais repousam no interior do templo.
No sábado 4 de junho, um excecional concerto do Coro da Sé do Porto, sob direção do notável Maestro Tiago Ferreira acompanhado de um quinteto de metais e tímpanos e ao órgão pelo prestigiado Filipe Veríssimo inaugurou, aliando culto e cultura, as solenes cerimónias que teriam lugar nessa semana.
Um tríduo de pregação e oração, com início no dia 6 de junho, preparou e prolongou o espírito da celebração. O sacerdote jesuíta P. Dário Pedroso pregou nos dois primeiros dias subordinando as suas eloquentes exposições aos temas da Consagração e da Reparação. No terceiro dia, festa da Irmã Maria, presidiu e pregou o Cónego João da Silva Peixoto, pároco de Ermesinde, oficiando a consagração das famílias ao Sagrado Coração.
Na quinta-feira, 9 de junho, o dia era de júbilo. A Eucaristia, núcleo da comemoração festiva, foi presidida por Sua Excelência Reverendíssima D. Manuel da Silva Linda. De resto, é viva a marca de uma espiritualidade de que o templo é ícone: a Eucaristia é o próprio Coração vivo e pulsante do Senhor Jesus.
A celebração de encerramento a que acorreram muitos fiéis e outros tantos acompanharam através da difusão por meios telemáticos, foi expressiva da continuidade da motivação consecratória de há já meio século. Na homilia, o ilustre prelado portucalense sintetizou, utilizando para isso a metáfora do movimento ascendente e descente, o motivo de tão solene e significativa comemoração. A igreja-edifício, disse-o, é o espaço onde a Igreja-povo eleva ao Coração do Bom Deus as suas preces, louvores e ações de graças como nuvens de incenso. Em movimento inverso, do Alto descem sobre todos os que naquele local vêm rezar ou celebrar graças abundantes. De resto, o próprio Senhor Jesus confidenciou à Irmã Maria Droste «Eu erigirei nela um lugar de graças. Concederei abundantes graças a todos aqueles que pertencem a esta casa, a todos os que nela entrarem e que tiverem alguma relação com ela».
Revelador da íntima relação com a Diocese do Porto, o seu Bispo, sinal visível da unidade diocesana, sublinhou o que tinha deixado escrito a Irmã Maria do Divino Coração: aquela igreja serviria «para atrair graças especiais sobre a Diocese».
No final da celebração da Eucaristia, no jardim da casa religiosa, foi inaugurada uma imagem do Bom Pastor que assinala a efeméride. Numa palavra final o reverendíssimo prelado pediu aos presentes que rezassem pelos seus padres, para que se assemelhassem com Aquele Bom Pastor. Um pedido a que anuíram todos os fiéis com uma entusiasta salva de palmas. Findam as comemorações, mas não findam as graças que bafejam todos os que se avizinham de tão extremoso Coração.
(inf: diácono Tiago Dias)