Amor especial aos pobres e sofredores

Por Joaquim Armindo

Por ocasião das 102.ª jornadas dos fiéis católicos alemães, de 25 a 29 do corrente mês, o bispo de Roma e papa Francisco enviou-lhes uma mensagem de saudação, de uma profundidade assinalável, onde refere o amor e a guerra que estamos a viver, diz ele: “É por isso que Ele desce às profundezas de nossa humanidade. Ele dirige seu amor especial aos pobres e sofredores; até se identifica com eles (Mateus 25). Assim, nestes dias, estamos próximos do povo ucraniano em nossos pensamentos e rezamos por todas as pessoas cujas vidas estão ameaçadas e afetadas, por todos aqueles que anseiam pela plenitude de vida que só o Senhor pode dar. Imploramos a sua paz!”. A Paz que Francisco não esquece, como a Justiça. Por isso dirige essa mensagem aos católicos alemães, não os deixando órfãos e distribuindo aquilo que no momento mais o preocupa, a Paz em todo o mundo, e, neste caso, na Ucrânia, em particular. O papa chama os cristãos e as cristãs a viver este momento especial, como se foram eles [a quem se dirige] os construtores da Paz, e faz bem, porque cada um e cada uma de nós somos construtores da paz, “onde existir ódio, que eu leve o amor” – referiu o diácono São Francisco de Assis.

E com o sentido que é necessário aos cristãos “meterem-se nisso”, foca o “Partilhar a vida”, o lema da reunião referida, e proclama: “Esse é o lema destes dias. Deus é o Criador e Criador de toda a vida. Ele soprou seu sopro de vida na humanidade. Muitas vezes, e de muitas maneiras, ele compartilha sua vida divina com a humanidade, e em seu Filho Jesus Cristo esta “partilha da vida” de Deus atinge seu ápice insuperável: Ele compartilha nossa vida terrena para nos permitir participar de sua vida divina.”

Neste compartilhar da vida, dá-se tudo, Ele até se deu até á morte, porque: “Tendo amado os seus que estavam no mundo, amou-os até ao fim”. Do mesmo modo, o seu mandato é dirigido a nós não para vivermos apenas para nós mesmos, mas para dedicarmos a nossa vida a Deus e ao próximo. Este dom da vida pode assumir muitas formas. Estou a pensar, por exemplo, nas mães ou pais que se dedicam totalmente aos filhos, nas muitas pessoas que no serviço da igreja ou nas profissões sociais ou caritativas colocam a vida para servir e ajudar os outros. (…) Ninguém é salvo sozinho. Estamos todos sentados no mesmo barco. Por isso é imperativo que (…) todos nós habitemos na mesma casa, que é confiada a todos nós juntos; que um vive do outro e que não podemos deixar de compartilhar nossas vidas. Só juntos avançamos. Se cada um der o que tem a oferecer, a vida de todos se tornará mais rica e mais bela! O que Deus nos dá, ele também nos dá e sempre nos dá para que o compartilhemos com os outros e o tornemos frutífero para os outros.”

Um texto que poderia ser esquecido o do Amor especial pelos pobres e desfavorecidos, e de que habitando na mesma casa, somos um, na pluralidade das vidas.