
Por Joaquim Armindo
Na sua mensagem de Páscoa o senhor Arcebispo de Cantuária Justin Welby, primaz da Comunhão Anglicana, a que pertence a Igreja Lusitana, Católica, Apostólica, Evangélica, em Portugal, substantiva-a com o versículo 1 do capítulo 20 do Evangelho de São João, que fala da ressurreição do Senhor: “No primeiro dia da semana, quando ainda estava escuro, Maria Madalena foi ao sepulcro e viu que a pedra tinha sido removida do sepulcro”, afirmando que “Nesta Páscoa, num mundo marcado pela escuridão e pelo conflito, voltamo-nos mais uma vez para a luz de Jesus Cristo, Príncipe da Paz. Para algumas das nossas Igrejas, a Páscoa é celebrada há muito tempo à sombra da guerra e da instabilidade. Para outras Igrejas, este ano, a Páscoa, a Ressurreição e as promessas de Cristo, pela primeira vez em muitas décadas, podem vir a ser celebradas entre a cruel realidade do derramamento de sangue, deslocamentos e lutas.”, e lembra o sofrimento na Ucrânia, mas também no Iémen, os órfãos da Etiópia ou os famintos do Afeganistão, onde tantos sofrem, assim como os efeitos da pandemia e da crise climática.
“O nosso apelo nesta Páscoa é o mesmo apelo de Cristo aos seus discípulos: sermos pessoas que testemunham da Ressurreição. Quando vemos e cremos (João 20:9), também nós podemos ser portadores de vida nova. Também nós somos chamados a apoiar os oprimidos, os marginalizados e os esquecidos. Também nós somos chamados a clamar para que a justiça e a misericórdia de Deus prevaleçam, a denunciar a injustiça e a rejeitar a desigualdade em todas as formas que aparecem neste nosso mundo.”, diz com a certeza que nesta nossa Humanidade as trevas se farão luz e a pedra sobre a escuridão do sepulcro será removida.
Haverá sempre um primeiro dia em que as “pedras” dos túmulos descobrirão a Ressurreição de tantos homens e mulheres crucificados, onde parece existir a “escuridão”, mas a força das nossas atitudes e ações resultantes da Ressurreição do Senhor, hão de converter as “trevas”, na libertação dos povos oprimidos e invadidos, como o caso na Europa das Luzes, a Ucrânia. É feliz a escolha do versículo do Evangelho de São João para esta época onde atravessamos a “escuridão”, o “caminho da cruz”, mas onde por meio de uma mulher, Maria Madalena, é dado a todo o mundo a novidade que as “pedras” que cobrem a Paz e a Justiça, são removidas. A Ressurreição dos povos está aí onde não haverá mais dor, nem guerra. Jesus Ressuscitou e cada um e cada uma de nós haveremos de saber dar essa notícia ao mundo, mesmo no meio da “escuridão”.