Paixão do Senhor: “troquemos a violência pela afabilidade e pela ternura”, disse o bispo do Porto

Foto: Rui Saraiva

Junto à Cruz surge uma “pequena comunidade de amor, colocada voluntariamente do lado de Jesus, que se nos apresenta como pequena semente de um grande reino ou povo: a Igreja” – afirmou D. Manuel Linda.

Na Celebração da Paixão do Senhor, na Catedral do Porto, D. Manuel Linda afirmou que “a ternura é a imagem desta Igreja que o Senhor fundou no Seu sangue ao rejeitar a violência e o sofrimento infligido”.

Segundo o bispo do Porto, a “história do mundo” continua a progredir “em barbárie e técnicas de maldade” regredindo mesmo “em reconhecimento do outro e da sua dignidade”. Mas, “há saída” para a “violência pela alternativa da ternura” – disse.

Recordando que no momento da sua prisão Jesus ordena a Pedro para “meter a espada na bainha”, D. Manuel Linda sublinhou que no relato da Paixão, autêntica “narrativa de sangue inocente”, há quem conheça a linguagem da ternura e do amor”.

“Pensemos em Maria, Mãe de Jesus, as outras senhoras que habitualmente acompanhavam o grupo dos discípulos, o Apóstolo São João, as mulheres de Jerusalém que choram e se lamentam, a Verónica, José de Arimateia e, porventura, o Cireneu e outros” – assinalou.

“É esta pequena comunidade de amor, colocada voluntariamente do lado de Jesus, que se nos apresenta como pequena semente de um grande reino ou povo: a Igreja” – afirmou D. Manuel Linda.

Para o bispo do Porto foi “no alto da cruz” que “o Senhor confirmou solenemente esta nova relação e elevou-a à categoria de família alicerçada no amor”.

“Por isso, dá a Sua Mãe como nossa Mãe e, em João, manda-nos ter para com ela atitudes filiais. E a partir desse momento, esta passa a ser a única imagem possível da forma de vida da Igreja, pois os que nela entram são chamados a reconhecerem-se como filhos de Deus e irmãos uns dos outros” – declarou D. Manuel Linda na conclusão da sua homilia.

RS