
Por Joaquim Armindo
Estamos na Semana Santa e a invasão da Ucrânia continua por uma potência mundial chamada Rússia. A questão é simples um país invade outro, querendo impor-lhe a sua vontade. Em qualquer guerra existe sempre, e sempre, basta chamar-se guerra, destruição e morte, não existem leis para o exercício da guerra; uma guerra é sempre uma guerra e a única lei que deveria existir na nossa humanidade é o não existirem guerras. Só pode existir uma lei sobre guerras: proibido haver guerras. Numa guerra seja de que domínio for, mesmo a de guerrilha, uns matam para não serem mortos, a destruição de todos os complexos é inevitável e as balas não escolhem civis ou militares. As destruições que agora vemos na Ucrânia é normal numa qualquer guerra, podemos nos sentir indignados com os horrores desta invasão, com meninos e meninas a morrerem, os pais a fugirem ou então terem de combater para não morrerem. A nossa indignação, e talvez dos invasores russos, também, é serem enviados para a frente de combate numa guerra que não percebem porquê, numa invasão ditada com a frieza de quem sabe que é mais poderoso e por isso invade. Não contam os poderosos, que existem quem não sendo poderoso pode ser patriota, e por isso lutará pela defesa da sua família, da sua casa e do seu país, o que é, diga-se, uma força mais poderosa que os poderosos.
Francisco, o bispo de Roma e papa, na sua mensagem para a Quaresma deste ano faz uma proclamação que deveria ser escutada por toda a Humanidade: um convite a todos nós, que é optar sempre por uma prática constante do bem, sempre pela vida fora. Quem não pratica o bem, faz o mal, e este é causa dos conflitos que conduzem à guerra. A Paz é uma consequência de se fazer o bem, ofuscando este, estamos num caminho de guerra, de egoísmos e de vaidades. O bem tem uma panóplia de ações, económicas, éticas, culturais, ambientais e sociais e, necessariamente, uma oposição à guerra seja de que tipo for. O bem quer dizer fazer com que todos os povos sintam o que é o bem-viver, contrário ao viver-bem.
As armas não fazem o bem, as invasões não fazem o bem, mas praticam o mal. Quando existem tantas instâncias mundiais para o diálogo entre os seres humanos, entre os países, não se compreende porque se há de exercer o “direito” de atacar outros. As armas só são necessárias pelo prazer do seu uso indiscriminado, pelo matar, pelo desunir. Podem dizer que isto são utopias, mas a verdade é que as utopias são o futuro das nossas visões dum planeta e dum cosmos que quer construir a Paz. E nunca nos esqueçamos que só fazendo o bem não há lugar para conflitos armados.