Diáconos Permanentes: Assembleia Diocesana sobre o Sínodo dos bispos e a sinodalidade na Igreja

Por Diácono Francisco Bártolo

Realizou-se na noite de 29 de março, na Casa Diocesana de Vilar, a Assembleia Diocesana de Diáconos Permanentes, sob a presidência de D. Manuel Linda, Bispo do Porto. Estiveram presentes 25 diáconos. A Assembleia foi integralmente destina à apresentação das conclusões das sessões de consulta sobre a sinodalidade na Igreja.

Depois de alguma troca informal de palavras, a sessão iniciou-se com a oração pelo Sínodo: Adsumus Sancte Spiritus. Oração atribuída a Santo Isidoro de Sevilha, oração tradicionalmente utilizada nos concílios e nos sínodos ao longo dos séculos. A atual versão foi especificamente concebida para o caminho sinodal da Igreja de 2021 a 2023.

Seguiu-se uma curta intervenção do P. Adélio Abreu, delegado episcopal para o diaconado permanente, congratulando-se por ser possível, ainda que com limitações imposta nesta fase da pandemia devida à COVID-19, o regresso às reuniões na forma presencial. Deu a conhecer a justificação de ausência de oito diáconos e evocou a memória de dois colegas diáconos que partiram para a casa do Pai – Abel Carneiro e Augusto Maia.

A circunstância de o plano de formação permanente para os diáconos ter sido elaborado em sintonia com o Plano Diocesano possibilitou desde muito cedo o tratamento da sinodalidade na Igreja por parte do diaconado portucalense: a fase diocesana da consulta sinodal teve início a 17 de outubro de 2021 e a 9 de novembro ocorria a formação orientada pelo P. Sérgio Leal subordinada ao tema “A sinodalidade como estilo para uma permanente conversão pastoral”.

Seguidamente apresentou a metodologia utilizada para a realização da consulta sinodal, a qual passou pela realização de três reuniões, via meios telemáticos. Reuniões realizadas nos dias 18 de janeiro, 22 de fevereiro e 8 de março e nas quais participaram um total de 45 diáconos desta diocese. Foram constituídos quatro grupos de trabalho, cada um deles com um coordenador e um secretário. Os trabalhos tiveram por base os dez núcleos temáticos fornecidos pela Comissão Sinodal. Cada grupo elaborou um relatório que foi apresentado nesta assembleia. Foi criada uma equipa que, com base nos relatórios, elaborará a síntese a ser enviada à Comissão Sinodal do Porto.

A Assembleia prosseguiu com a apresentação dos textos conclusivos dos trabalhos dos quatro grupos pelos seus porta-vozes. À apresentação das conclusões dos grupos, seguiu-se um tempo de diálogo entre os presentes, tendo tomado a palavra todos os que a solicitaram.

Por fim, D. Manuel Linda usou da palavra. Agradeceu a partilha realizada. Alegrou-se com a seriedade e profundidade da reflexão dos diáconos do Porto.  D. Manuel aproveitou a intervenção final para refletir, ainda que sumariamente, sobre o Sínodo. A sinodalidade foi, é e terá de ser a forma de trabalhar em Igreja, fundamentada na Palavra de Deus e numa profunda espiritualidade, num caminho de corresponsabilidade. Manifestou a convicção de que o Sínodo produzirá frutos e abrirá caminhos que não é possível antever na sua totalidade. Foi assim com os documentos do II Concílio do Vaticano que ultrapassaram largamente o teor dos documentos preparatórios. Foi assim com a Amoris Laetitia. O Espírito de Deus encarregar-se-á de gerar esse impulso renovador. Neste sentido apelou a que nunca se ceda ao pecado do desânimo, sendo certo que todos temos consciência que se atravessa uma época de reconfiguração da Igreja. Finalmente lançou o desafio, na pessoa de todos os presentes, a que vivamos uma profunda espiritualidade alicerçada num otimismo excecional à imagem do Papa Francisco.

A sessão conclui-se com a oração de Completas.