Novo bispo diocesano rejeitou a ideia de que «a Igreja envelheceu» ou «não tem futuro» e disse que vive um «tempo novo e com antigos e novos desafios»
D. José Ornelas tomou posse como bispo de Leiria-Fátima no domingo 13 de março e afirmou, na homilia da Missa, que chega à diocese sem “agenda nem programa”, mas com o “sonho” do “processo sinodal” em curso.
“É aquele para o qual o Papa Francisco convocou toda a Igreja em processo sinodal: a reunião de irmãos e irmãs, que se colocam à escuta da Palavra de Deus e do seu Espírito, para formarem uma Igreja em comunhão apesar da diversidade dos que a compõem” – disse o novo bispo da Diocese de Leiria-Fátima.
D. José Ornelas desejou para a Leiria-Fátima “uma Igreja de participação ativa de todos”, em “saída missionária, próxima dos mais fragilizados e excluídos da terra, acolhedora do estrangeiro e do que é diferente, como sinal e laboratório de um mundo melhor”.
“Este caminho já está a ser trilhado pela Igreja diocesana e é a ele que eu me junto agora, contando com o vosso acolhimento e a vossa participação. Juntos podemos fazer com que esse sonho se torne realidade”, afirmou
O novo bispo de Leiria-Fátima disse que chega à diocese sem “agenda nem programa feitos” e pede que o aceitem.
“Eu também começarei por aceitar e inserir-me na vida que está em curso nesta Igreja”, acrescentou.
O Papa Francisco nomeou a 28 de janeiro D. José Ornelas, presidente da Conferência Episcopal Portuguesa (CEP), como bispo de Leiria-Fátima, sucedendo no cargo ao cardeal D. António Marto, que apresentou a sua renúncia.
Na homilia a Missa de tomada de posse, D. José Ornelas recordou o trabalho na Diocese de Setúbal com uma “sentida saudade que ficará para a vida e disse que assume a nova missão, em Leiria-Fátima “com muita liberdade, disponibilidade e esperança, para continuar aqui o ministério episcopal”.
“O amor não se divide quando se alarga a outras pessoas, mas cresce com aqueles que vamos conhecendo e amando”, afirmou.
Na homilia da Missa, D. José Ornelas referiu que se vive um “tempo novo e com antigos e novos desafios”, rejeitou a ideia de que “a Igreja envelheceu” ou “não tem futuro” afirmando a “possibilidade de transformação do hoje e do futuro”.
“Essa é a atitude que nos é pedida: a de alguém que tem lucidamente sede e vontade de futuro e que adere ao sonho de Deus, tornando-o realidade no coração, na mente e nas atitudes, para que possa acontecer quando Deus quiser”, sublinhou.
D. José Ornelas agradeceu a D. António Marto, referindo que espera ser “digno de continuar a ação iluminada, cordial e próxima com que serviu esta Diocese”, dirigiu-se aos sacerdotes da diocese afirmando que na união do presbitério e do bispo “realiza-se o primeiro círculo da sinodalidade diocesana”, seminaristas, religiosos e religiosas anotando a “interculturalidade” da maioria das comunidades, todos os diocesanos e especialmente os jovens.
“O percurso sinodal em que estamos empenhados e a Jornada Mundial da Juventude que estamos a preparar são ocasiões de participação ativa que não podeis perder. A Igreja conta convosco na primeira linha desta festa Universal a vós especialmente dedicada”, afirmou.
A celebração iniciou com a cerimónia de tomada de posse de D. José Ornelas como sexto bispo da Diocese de Leiria-Fátima, após a leitura da carta de nomeação do Papa Francisco pelo núncio apostólico em Portugal, D. Ivo Scapolo e assinada a respetiva ata de nomeação.
Na saudação ao seu sucessor, D. António Marto afirmou que o povo acolhe o novo bispo enviado para presidir à Igreja em Leiria-Fátima num tempo de “viragem epocal” de “braços abertos”, sendo o novo bispo depois saudado por representantes da Diocese.
(inf: Agência Ecclesia)