Nota episcopal: Renúncia quaresmal de 2022

Foto: João Lopes Cardoso

São vários os meios que a Igreja nos recomenda para o exercício de um sadio autodomínio e realização de um autêntico percurso espiritual de conversão que nos insira mais profundamente no mistério amoroso do nosso Deus e nos aproxime dos irmãos. Mas o povo fiel privilegiou, fundamentalmente, três: a oração, o jejum com a abstinência e a partilha fraterna. Pensemos nesta última.

A sensibilidade ao outro, tal como manifestada em Jesus Cristo, exprime-se na comunhão de bens, fruto de um desapego ao supérfluo e da assunção, como nossas, das carências do próximo. É o que designamos por renúncia ou partilha quaresmal, componente muito forte da preparação para a Páscoa. Na privação voluntária daquilo que não é essencial, copiamos as atitudes do Senhor Jesus que deu tudo e se deu a Si mesmo.

O fruto desta generosidade costuma ser destinado a alguns fins específicos. Para este ano de 2022, os vários «Conselhos» da nossa Diocese decidiram que 50% desse quantitativo seja oferecido à Diocese de São Tomé e Príncipe, a passar por uma situação de grande carência, e a outra metade fique connosco para acorrer aos muitos pedidos que nos dirigem e a situações de emergência. Por exemplo, para a Ucrânia cujo drama se antevê como muito grande.

Apelo, pois, à gradeza de ânimo de todos: aos agentes de pastoral que levem esta campanha muito a sério; a todos os fiéis para que sejam generosos. De facto, contribuir é uma obrigação de todos!

Santa quaresma, vivida na paz e na alegria da intimidade com Deus e os irmãos.

+ Manuel, Bispo do Porto