D. Edgar Peña Parra: “viver sem ser contra alguém, mas por todos”

Foto: João Lopes Cardoso

Segundo o Substituto da Secretaria de Estado do Vaticano os cristãos devem “testemunhar o modo de proceder do Pai, o seu amor incondicional e fiel por todos, sem cálculos nem distinções”.  Afirmou que “o Espírito Santo é o segredo para ajustar a nossa vida à harmonia do Evangelho”.

Por Rui Saraiva

A última etapa do Substituto da Secretaria de Estado do Vaticano na diocese do Porto teve lugar no Santuário Diocesano de Santa Rita de Cássia em Ermesinde.

Após a conferência de sexta-feira, 18 de fevereiro na Casa de Vilar sobre os desafios do pós-pandemia e as várias visitas que fez a algumas realidades da diocese do Porto, em particular, o encontro com os seminaristas, a Missa celebrada com os padres mais idosos e a visita à Obra da Rua, na Casa do Gaiato de Paço de Sousa, em Penafiel, D. Edgar Peña Parra celebrou Eucaristia no Santuário de Santa Rita no domingo dia 20 de fevereiro.

Numa celebração de grande intensidade espiritual, numa igreja repleta de fiéis, D. Edgar Peña Parra, na sua homilia, começou por citar o Evangelho de Lucas que neste VII Domingo do Tempo Comum nos diz: «Amai os vossos inimigos, fazei bem àqueles que vos odeiam; bendizei àqueles que vos amaldiçoam, orai por aqueles que vos maltratam».

“Fica-se estonteado e apetece perguntar: como é possível?” – disse o prelado perante as palavras do Evangelho.  Na sua reflexão D. Peña Parra considerou que Jesus “recomenda que nos empenhemos ao nível de opções, seguindo um único critério: responder ao mal com o bem”.

Segundo o diplomata da Santa Sé, os cristãos no mundo devem ser “ícones do amor do Pai”. “O Evangelho leva-nos a uma essencialidade radical: testemunhar o modo de proceder do Pai, o seu amor incondicional e fiel por todos, sem cálculos nem distinções. Eis a diferença cristã: viver sem ser contra alguém, mas por todos.”

E para D. Edgar Peña Parra é o Espírito Santo que permite entrar em harmonia com o Evangelho de Jesus. “O Espírito Santo é o segredo para ajustar a nossa vida à harmonia do Evangelho. Com Ele, é possível viver tudo o que Jesus nos pede hoje” – afirmou.

Assinalando o exemplo dos santos que “deixaram agir nas suas vidas” o Espírito Santo, D. Peña Parra recordou Santa Rita a quem é dedicado aquele Santuário e mulher que muito diz aos largos milhares de peregrinos que por ali passam todos os anos.

Rita foi uma jovem do século XIV que conseguiu “transformar o caráter do marido” que era “colérico e impetuoso”. “Viveu depois a tragédia da morte violenta do marido, assassinado numa emboscada, e o medo pela sorte dos filhos, envolvidos na série de vinganças que se desencadeara”. Mais tarde, Santa Rita ingressou na vida religiosa, em quarenta anos intensos e ricos “em obras de pacificação entre as fações do país, sem considerar inimigo nenhum daqueles que lhe tinham feito mal a ela e à sua família” – assinalou.

D. Edgar Peña Parra concluiu a sua homilia exortando os fiéis a serem “ícones vivos do Pai no mundo, templos do Espírito Santo, membros que se unem a Cristo no seu sacrifício de salvação”.