Arcebispo de Braga inicia ministério pastoral com apelo à «proximidade fraterna» e atenção às franjas da sociedade

Foto: Agência Ecclesia

O novo arcebispo de Braga, D. José Cordeiro, iniciou no domingo 13 de fevereiro o seu ministério pastoral, na Catedral minhota, apelando à “proximidade fraterna”, com particular atenção às franjas da sociedade.

“Só quem assume ser carente e pobre pode ser amigo dos pobres, reclusos, doentes, peregrinos, migrantes, refugiados, vulneráveis, indigentes e marginalizados nas periferias existenciais, sociais e geográficas” – disse D. José Cordeiro na homilia da Missa a que presidiu, perante centenas de pessoas, com representantes do episcopado português e espanhol, além de autoridades civis, entre elas o presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa.

O arcebispo primaz falou da “vocação à sinodalidade”, associando-se ao processo lançado pelo Papa Francisco, para promover uma Igreja que “caminha em conjunto”.

“Logo que possível, e em sinodalidade com os organismos de comunhão, iniciarei o roteiro da grande peregrinação por toda a nossa amada Arquidiocese nas suas 552 paróquias (551+1 em Moçambique), 14 arciprestados e serviços de proximidade”, anunciou.

D. José Cordeiro falou do lema do programa pastoral na arquidiocese minhota, “uma Igreja sinodal samaritana”, sublinhando que, mais do que um “slogan”, este é “o estilo essencial do Evangelho da Esperança, que é o primado da graça na urgência de testemunhar a santidade, o rosto mais belo da Igreja”.

Afirmando que “o essencial é o Evangelho”, o arcebispo de Braga admitiu que se vive um “tempo difícil”, que desafia a Igreja Católica, convidando a olhar com atenção para a realidade concreta das comunidades católicas.

O responsável apelou a uma Igreja “pobre e livre”, dirigindo-se aos membros do clero, institutos de Vida Consagrada, movimentos e organismos eclesiais, autoridades, instituições de solidariedade social, com as famílias, reclusos, doentes, os mais pobres, jovens e mais velhos.

“Da liturgia à caridade, da catequese à piedade popular e ao testemunho de vida, tudo na Igreja deve tornar visível e reconhecível o rosto de Cristo, a centralidade do mistério integral de Cristo”, precisou.

O arcebispo primaz falou em particular aos mais jovens, pedindo uma caminhada conjunta, no “dinamismo eclesial” da Jornada Mundial da Juventude (JMJ), que Lisboa vai acolher em 2023, para “construir uma Igreja de portas escancaradas para todos e um mundo melhor”.

No final da homilia, o responsável saudou as autoridades eclesiais, civis, académicas e militares, deixando uma palavra especial ao seu antecessor, D. Jorge Ortiga, agradecendo pelo “dom e ministério dedicado ao serviço desta Arquidiocese, da Província Eclesiástica de Braga e da Conferência Episcopal Portuguesa”.

D. José Cordeiro foi recebido na galilé da Catedral pelos cónegos, tendo depois cumprimentado Marcelo Rebelo de Sousa, antes de entrar na Sé, onde se ajoelhou para um momento de oração, acompanhado por D. Nuno Almeia, bispo auxiliar.

O novo arcebispo foi saudado pelo deão (o cónego mais antigo) do Cabido de Braga, cón. José Paulo Leite de Abreu, o qual falou num “evento histórico”.

D. José Cordeiro foi nomeado arcebispo de Braga, pelo Papa Francisco, a 3 de dezembro de 2021, sucedendo a D. Jorge Ortiga, que pediu a sua renúncia após ter atingido o limite de idade imposto pelo Direito Canónico (75 anos), em 2019.

O novo primaz foi ordenado padre a 16 de junho de 1991; até 1999 foi pároco, formador no seminário da diocese transmontana e capelão do Instituto Politécnico de Bragança, foi vice-reitor do Pontifício Colégio Português, em Roma, entre 2001 e 2005, ano em que foi nomeado reitor da instituição, onde se manteve até à sua nomeação para a Diocese de Bragança-Miranda, a 18 de julho 2011, pelo Papa Bento XVI; foi ordenado bispo a 2 de outubro do mesmo ano.

(inf: Agência Ecclesia)