O novo Missal Português (6) – Maior variedade

O Missal Romano para Portugal, procede também a uma nova arrumação de alguns formulários, de modo a facilitar o seu uso.

Por Secretariado Diocesano da Liturgia 

É o caso da inclusão nos ritos iniciais do Ordinário da Missa – e não «escondido» em apêndice do Missal – do rito da Aspersão dominical da água benta. Podendo esse rito substituir o Ato Penitencial, justifica-se a nova localização, após a modalidade C do Ato penitencial. É mais um recurso pastoral cujo uso fica facilitado.

O mesmo se passa com as várias Orações Eucarísticas aprovadas depois da primeira edição típica do MR: as duas da reconciliação (1975) que até agora figuravam nos apêndices finais do Missal e as quatro variantes da OE para as Missas para Várias Necessidades – anteriormente conhecida como a anáfora do Sínodo Suíço – que era preciso procurar no início da respetiva seção do Missal. Agora, essas orações eucarísticas encontram-se no apêndice do Ordinário da Missa, bem no centro do volume, antes da parte dedicada ao Santoral. Pena é que o mesmo não tenha sido feito em relação às três Orações eucarísticas para as Missas com Crianças que continuam relegadas para os apêndices finais do Missal.

O Missal de Paulo VI já continha 1600 orações e 81 prefácios, mais do que duplicando o Missal de São Pio V. A 3ª ed. típica acrescenta-lhes vários formulários, quer no próprio do Tempo, quer no Santoral, quer na secção das Missas votivas e para várias circunstâncias.

Alguns exemplos:

– A Vigília da Epifania e a da Ascensão passam a dispor de novos formulários.

– Para todos os dias da Quaresma estão previstas «Orações sobre o povo», retomando-se, assim, uma tradição do Rito Romano. Note-se que se mantêm as Orações Sobre o Povo no final do Ordinário da Missa para uso noutros dias e circunstâncias. Advirta-se também que a conclusão foi modificada: em vez de «abençoe-vos, Deus todo poderoso…» passa a dizer-se «a bênção de Deus todo poderoso, Pai, Filho e Espírito Santo, desça sobre vós e permaneça para sempre». O mesmo, aliás, ocorre no caso das Orações solenes, com evidentes vantagens: na versão ainda em uso, dava a impressão que as invocações precedentes não constituíam verdadeiras bênçãos mas apenas preâmbulos. Mas, atenção: quando a bênção solene tem destinatários específicos dentro da assembleia (crismados, recém ordenados, nubentes, etc.), a fórmula conclusiva, inclui todos os presentes: «E a vós todos aqui presentes, abençoe Deus todo poderoso…».

– Nas edições típicas de 1970 e 1975, as orações feriais durante o tempo pascal repetiam-se de forma cíclica; agora há orações próprias para cada dia, tomadas dos antigos Sacramentários, de grande qualidade teológica e literária.

– Há novas missas no Santoral, acompanhando a evolução do Calendário.

– Foi enriquecido o Comum de Nossa Senhora com seis novos formulários cujos conteúdos foram, em geral, tomados da Colectio Missarum de BMV de 1989.

– As missas rituais foram completadas com os formulários entretanto publicados nos Pontificais e Rituais.

– Há novos formulários nas Missas para diversas necessidades e votivas: «Para pedir a virtude da continência»; missa votiva A misericórdia de Deus (que, adverte a rubrica, «não se pode dizer no Domingo II da Páscoa»). Note-se, a propósito, que o II Domingo de Páscoa passa a ser designado como «Domingo II da Páscoa ou da Divina Misericórdia» sendo que o costume de atribuir uma designação a um domingo é alheio ao Rito Romano, embora acolhido noutras tradições litúrgicas, como a do Rito Hispânico. Também a Missa para o perdão dos pecados passa a ter mais um formulário (importado da ed. típica de 1962).

– Várias Missas pelos defuntos foram completadas ou reorganizadas de modo mais lógico.

Notemos, por fim, que a parte do MR dedicada ao próprio dos Santos foi enriquecida com breves notas hagiográficas que apresentam de forma muito breve o perfil biográfico de cada santo. Era uma solicitação de muitos sacerdotes que têm assim, diante dos olhos, uma informação fundamental que, eventualmente, poderão partilhar com os demais fiéis. Fontes principais destas notas foram a Liturgia das Horas e o Martirológio Romano.