
Durante todo o ano de 2022 vai decorrer a Visita Pastoral à Vigararia de Lousada. Momentos que vão ter lugar com a presença, em algumas ocasiões, de D. Manuel Linda, bispo do Porto e com o constante acompanhamento que desde sempre faz àquela Vigararia, D. Pio Alves, bispo auxiliar do Porto.
Em nota enviada para a redação de Voz Portucalense o padre André Soares, Vigário da Vara de Lousada, afirma que receber os bispos “é sempre um motivo de grande alegria para toda a comunidade cristã e de grande deferência para a comunidade civil”.
Publicamos aqui informações de enquadramento propostas pela nota de imprensa enviada pela Vigararia de Lousada a propósito da Visita Pastoral. A primeira visita será à paróquia de S. João Batista de Covas a 30 de janeiro.
“Eu sou o Bom Pastor: Conheço as minhas ovelhas e as minhas ovelhas conhecem-me” João 10, 14
- O Código do Direito Canónico prescreve, no c. 396, que “o Bispo está obrigado a visitar todos os anos a diocese no todo ou em parte, de tal modo que, ao menos de cinco em cinco anos, visite toda a diocese, por si ou… pelo Bispo Auxiliar…”
- O Bispo tem, pois, o direito e o dever de fazer a visita pastoral às Paróquias, “às instituições católicas, às coisas e lugares sagrados, dentro dos limites da diocese” (C. 397-1).
- A Visita pastoral é o encontro do Pastor com o seu rebanho, do Bispo com a Comunidade e as pessoas que a integram: clero, religiosos(as) e leigos (Diretório dos Bispos, n.º 168). Destina-se a “levar conforto, estímulo e aplauso aos obreiros do Evangelho”, a “ver com os próprios olhos as dificuldades do apostolado e da evangelização” e “a estimular energias talvez enfraquecidas” (ibidem).
- A Visita Pastoral não é só e exclusivamente para celebrar o sacramento da Confirmação.
- A Visita Pastoral deve ser preparada remota e proximamente.
Há-de atingir todos os grupos e todos os homens, mesmo os afastados da vida cristã (Ibid., 169). A preparação faz-se através de revisão pastoral da vida da comunidade; faz-se pela aproximação e dinamização das pessoas, através de encontros programados e, se possível, diversificados, de formação cristã.
A preparação remota deve prever:
a) O anúncio da visita do Bispo com bastante antecedência;
b) A elaboração pelo Pároco e seu Conselho Pastoral de um programa que tenha em conta as circunstâncias da paróquia e sobretudo a formação global do maior número de pessoas: crismandos, padrinhos, pais, outros adultos e jovens;
c) A revisão de vida dos movimentos e grupos paroquiais;
d) A resposta ao Inquérito diocesano, para um Relatório sobre a Paróquia, a entregar ao Bispo, com antecedência;
e) os Religiosos(as) ou outros consagrados(as) existentes na área paroquial devem ser associados a este trabalho de preparação e formação.
A preparação próxima deve supor:
a) Um programa concreto a elaborar com o Bispo e a anunciar à paróquia;
b) Uma pregação geral sobre a Igreja local ou diocese, o Bispo, a Visita Pastoral e seu significado;
c) Uma sessão de catequese para crianças e adolescentes sobre a Visita Pastoral;
d) A preparação litúrgica pormenorizada, sobretudo para os crismandos e seus padrinhos;
e) A celebração do sacramento da Reconciliação e, se possível, uma Vigília de oração paroquial.
De facto, não há preparação sem colocar a paróquia em estado de oração.
A realização da Visita Pastoral deve incluir todas ou algumas das seguintes alíneas, a decidir na preparação com o Bispo:
a) Assembleia com os Colaboradores Paroquiais;
b) Visita aos doentes (ou, pelo menos, a alguns);
c) Dentro do possível, encontros com crianças, adolescentes, crismandos, casais, idosos;
d) Visita às Escolas e outras Instituições de carácter social, laboral ou humanitário, existentes na área da paróquia (fábricas, centros sociais, lares de idosos, jardins de infância, bombeiros, associações recreativas, etc., – se, tudo considerado, for julgado oportuno);
e) Celebração da Eucaristia, com o sacramento da Confirmação, e, eventualmente, outros sacramentos.
A Visita Pastoral deve colher frutos preciosos de renovação, abertura e conversão, segundo uma visão conciliar da Igreja como Povo de Deus e Corpo de Cristo, organizado e corresponsável.
- O Bispo sentirá que está convidado para novos encontros, porque a Paróquia redescobriu que pertence a uma Comunidade mais ampla: a Igreja Diocesana.
- No fim da Visita Pastoral, lavrar-se-á uma Ata, num eventual encontro de avaliação.
Na nossa Visita Pastoral, conforme as circunstâncias e de acordo com a evolução da pandemia, teremos encontros paroquiais (locais) e vicariais (concelhios).
- No âmbito vicarial teremos a produção de um cartaz com o calendário da visita, no todo da Vigararia. Edição similar, paróquia a paróquia, com o programa específico para cada paróquia. Antes do início das visitas, encontro com a comunicação social local. Durante o decorrer da Visita Pastoral à Vigararia, decorrer-se-á reuniões transversais. No final, organizar-se-á uma celebração conclusiva.
- No âmbito paroquial, decorrerá como atrás foi explicado, cabendo a cada pároco avaliar a pertinência das reuniões/encontros/visitas/celebrações a organizar.
Uma Visita Pastoral em ritmo sinodal
Em nota enviada para a redação de Voz Portucalense, o padre André Soares, Vigário da Vara de Lousada, sublinha a importância de viver este ano de 2022 em ritmo sinodal, afirmando que “o Sínodo da Igreja Católica, que se encontra em fase de gestação, começa pela base. Isto exige uma atenção particular, já que para muitas das paróquias e comunidades tudo é novidade” – frisa.
“Somos convidados a olhar para a Igreja e avaliar o que somos para projetarmos o que queremos ser” – acrescenta o padre André Soares apontando a necessidade das paróquias assumirem o desafio de participação no Sínodo lançado pelo Papa Francisco no passado mês de outubro de 2021.
Refere ainda que “é através dos Sínodos que a Igreja decide as grandes orientações pastorais. Já passou o tempo em que apenas o pároco ou o Bispo tinha toda a responsabilidade. Hoje importa a corresponsabilidade, a responsabilidade partilhada e comum. Um Sínodo serve para definir as grandes orientações pastorais da Igreja”.
O Vigário de Lousada sublinha ainda os temas do Sínodo: Comunhão, Participação e Missão. E recorda as questões fundamentais: Anunciando o Evangelho, uma Igreja sinodal “caminha em conjunto”: como é que este “caminhar juntos” se realiza hoje na nossa Igreja (paróquia/diocese)? Que passos o Espírito nos convida a dar para crescermos no nosso “caminhar juntos”?