Faleceu a pintora Lourdes Castro, Prémio “Árvore da Vida”

Foi anunciado no sábado 8 de janeiro de 2022 o falecimento da pintora madeirense Lourdes Castro (1930-2022). Reconhecida nacional e internacionalmente pela sua obra pictórica, em que predominam as flores e plantas, uma vivência criativa da natureza, a partir das espécies botânicas da sua terra natal, a Madeira, ao lado de uma visão espiritual da figura humana, notabilizou-se quer em Portugal quer em vários locais da Europa (Berlim e Paris).

Em 2015 foi galardoada com o “Prémio Árvore da Vida – P. Manuel  Antunes”, do Secretariado Nacional da Pastoral da Cultura. O diretor deste Secretariado Nacional, Professor José Carlos Seabra Pereira, prestou homenagem à artista, afirmando: “O experimentalismo e o carácter inédito da sua obra, com singular aura poética, surgem dominados pelo desígnio e pela capacidade de nomear plasticamente o objeto e de, ao mesmo tempo, aprofundar a rutura com a noção tradicional de “escultura”.  Nessa perspetiva, Lourdes Castro interferiu decisivamente na problematização plástica enquanto discurso transdisciplinar: do desenho à pintura, do virtual ao empírico”, acrescentando que ela se encontra “associada a uma das mais decisivas manifestações da internacionalização da arte portuguesa no contexto cultural da década de 60”.

Por sua vez, Graça Fonseca, Ministra da Cultura assinala na sua obra os contrastes de luz e sombra e o “permanente diálogo e complemento” entre a arte e a vida, que constituem “um contributo incontestável para a cultura portuguesa e ocupam um espaço insubstituível na história de arte, tanto portuguesa, quanto mundial.

Em e em dezembro de 2020, foi agraciada com a Medalha de Mérito Cultural pelo Governo  Português e em junho de 2021 foi condecorada pelo Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, com a Ordem Militar de Sant’Iago da Espada.

O Cardeal José Tolentino de Mendonça, seu conterrâneo madeirense, escreveu no Público: “Não deixa apenas obras que podemos ver nos museus de arte contemporânea. Ela deixa uma visão. E tal constitui um facto político raro”.

CF