V Dia Mundial dos Pobres – Um Porto de Abrigo

Sob o mote “Um Porto de Abrigo”, ocorreu no Porto, no passado dia 12 de novembro, no âmbito do Dia Mundial dos Pobres, uma Manifestação evocativa deste Dia proposto pelo Papa Francisco há já cinco anos, na sequência da celebração do Ano da Misericórdia.

Esta Manifestação decorreu no Átrio da Igreja da Paróquia da Senhora da Conceição, no Marquês – Porto, tendo sido organizada por vários grupos associados à Pastoral Penitenciária do Porto (Unidade Pastoral dos Estabelecimentos Prisionais de Custóias, Polícia Judiciária e Santa Cruz do Bispo Feminino; Obra Vicentina de Auxílio aos Reclusos e Associação Foste Visitar-me), com a colaboração de alguns voluntários da Paróquia da Senhora da Conceição.

Este Encontro contou com um número significativo de pessoas em situação de pobreza, como se pretende com a celebração deste Dia, bem como com outras pessoas que, ao passarem pela Praça do Marquês, se quiseram associar a este evento de reflexão e de convívio fraterno entre todos os presentes.

Assim, no Átrio da Igreja, em círculo, na mão de cada pessoa em situação de pobreza ou de exclusão social, esteve um pedaço de papelão com o nome de um dos muitos males que desumanizam este mundo e cravam na alma e no corpo de milhões de seres humanos tanto sofrimento (Fome, Exploração, Corrupção, Desemprego, Falta de Trabalho Digno, Xenofobia, Alterações Climáticas, Adições, Prisões, Racismo, Abusos de vária ordem, entre outros).

Ao som da canção, com a profunda mensagem da saudosa poetisa e humanista Sophia de Mello Breyner Andresen: “Vemos, ouvimos e lemos, não podemos ignorar”, levantaram-se as vozes já cansadas de tanto clamarem por os deixarem ser gente, para denunciarem cada flagelo humano e social que estava expresso em cada um dos pedaços de cartão.

Como resposta a estes males que envolvem o planeta, foram surgindo mensagens de esperança num mundo melhor, com a certeza de que “o homem misericordioso é um porto para quem está em necessidade: o porto acolhe e liberta do perigo todos os náufragos, sejam eles malfeitores, bons ou como forem; aos que se encontram em perigo, o porto acolhe-os, coloca-os em segurança dentro da sua enseada” (da Mensagem do Papa Francisco para o V Dia Mundial dos Pobres). Seguiu-se um animado convívio no qual não faltaram as castanhas assadas e a partilha fraterna do tempo entre todos os presentes.

Esta manifestação contou também com a presença de Eugénio Fonseca, Presidente da Confederação Portuguesa do Voluntariado e anterior Presidente da Direção da Cáritas Portuguesa que contribuiu para a reflexão sobre este Dia através do livro: “Jesus representa todos os Pobres – Subsídios para o Dia Mundial dos Pobres”.

O grupo envolvido na promoção e organização deste dia, agradece a todas as pessoas que se envolveram e estiveram presentes, sentindo a urgência, na senda do Papa Francisco, de que é fundamental, em cada dia, “ir ao encontro dos pobres”, onde quer que eles se encontrem, para o que o Evangelho que se apregoa, seja credível.

(padre Davide Matamá, capelão prisional)