Um Sínodo cujo caminho não é fácil

O caminho sinodal que se iniciou não é fácil. Existem muitas resistências da parte de pessoas responsáveis e, também, diga-se, são muitas as temáticas fora do sínodo que a igreja é chamada a percorrer.

Por Joaquim Armindo

Se virmos os espectros a que toda a igreja é chamada, além da sua atividade normal, é naturalíssimo que o caminho sinodal seja tido como mais um e complexo. Só que o sínodo não é mais um diríamos, mas uma importante etapa da igreja, talvez a maior desde o Concílio Vaticano II, e isto é verdade. Mas temos de ter em consideração, por exemplo a Jornada Mundial da Juventude, que, ao mesmo tempo está a ser preparada, e que é também muito importante; os que estão envolvidos nesta de alguma forma estarão envolvidos no “caminho sinodal”, dir-se-á, com propriedade que esta Jornada é “caminho sinodal”, e estará certo, mas na realidade factual o envolvimento logístico das pessoas é multifacetado, e do clero em particular, que deve ser o “motor” de todas as “caminhadas”, aqui as estruturas organizativas faltam, pelo menos as de “base”, que não são multiplicativas, mas sumativas. Quando se trata de “acudir” às várias “frentes” começam a rarear as forças do Povo de Deus que será ouvido, cremos, e não só os “disponíveis”, até porque estes já cá estão, os outros é que não já “não”.

O que se escreveu atrás será uma sintonia de posições que se atenuarão por força do Cristo Ressurreto e Aparecido, por isso, ainda entendemos que, “O atual processo sinodal que estamos empreendendo é guiado por uma questão fundamental: como se realiza hoje este “caminhar juntos” em diversos níveis (do local ao universal), permitindo à Igreja anunciar o Evangelho? Quais são os passos o Espírito nos convida a tomar para crescer como Igreja sinodal? (PD, 2)”, refere o manual de apoio ao documento preparatório.

Mais adiante, “A esta luz, o objetivo do atual Sínodo é ouvir, como Povo de Deus, o que o Espírito Santo diz à Igreja. Fazemo-lo ouvindo juntos a Palavra de Deus na Escritura e a Tradição viva da Igreja, e depois ouvindo uns aos outros, e especialmente aos marginalizados, discernindo os sinais dos tempos. Com efeito, todo o processo sinodal visa promover uma experiência vivida de discernimento, participação e corresponsabilidade, onde se reúnem diversos dons para a missão da Igreja no mundo.”

Se não é fácil, é possível, e todos nós temos fé e esperança que as estruturas se adaptem, se movam e o Sínodo, terá o contributo de todas as realizações que perpassam no nosso quotidiano.