Na sexta-feira 12 de novembro foram registados 1751 novos casos de infeção com o coronavírus SARS-CoV-2, segundo informa a Agência Lusa. Desde os inícios do mês de setembro que não se registavam números desta grandeza. Também nos internamentos.
Fazendo referência aos números do dia 12 de novembro, para além dos 1751 novos casos, houve 3 mortes a lamentar associadas à covid-19 e um aumento dos internamentos. De acordo com o boletim epidemiológico da Direção-Geral da Saúde (DGS) divulgado nesse mesmo dia 12, estavam internadas 411 pessoas, mais 28 do que no dia anterior. Uma tendência de aumento de internamentos que se tem vindo a consolidar.
A este propósito a Agência Lusa revelou também na sexta-feira 12 de novembro que “face ao aumento de novos casos de infeção, o Hospital de São João e o Hospital Santo António, no Porto, estão preparados para replicar os planos de contingência adotados noutros picos de incidência da pandemia da covid-19”.
Em resposta à agência Lusa, fonte do Centro Hospitalar Universitário do Porto (CHUP) revelou que, caso a situação pandémica em Portugal se agrave, aquela unidade hospitalar “replicará” o modelo adotado “noutros picos de incidência”.
Entretanto, Portugal pode ultrapassar dentro de 15 a 30 dias os 240 casos de infeção a 14 dias por 100 mil habitantes, estimam as “linhas vermelhas” da pandemia de covid-19, que alertam para mais procura dos serviços de saúde.
“O Rt (índice de transmissibilidade) apresenta um valor igual ou superior a 1, indicando uma tendência crescente da incidência de infeções por SARS-CoV-2 a nível nacional (1,15) e em todas as regiões”, adianta a análise de risco da pandemia divulgada a 12 de novembro.
Segundo o relatório semanal da Direção-Geral da Saúde (DGS) e do Instituto Nacional de Saúde Doutor Ricardo Jorge (INSA), a manter-se esta taxa de crescimento a nível nacional, “estima-se que o limiar de 240 casos em 14 dias por 100 mil habitantes possa ser ultrapassado em 15 a 30 dias”.
“O agravamento da situação epidemiológica na Europa e o aumento da intensidade epidémica em Portugal deve condicionar um aumento do nível de alerta do sistema de saúde para aumentos de procura de cuidados de saúde no próximo mês”, alerta ainda o documento.
O relatório do INSA refere ainda que o número médio de infeções diárias pelo SARS-CoV-2 subiu para os 1.157 casos nos últimos cinco dias e todas as regiões de Portugal continental registam um crescimento do índice de transmissibilidade (Rt) do coronavírus.
No continente, o número médio de casos diários aumentou de 713 para 1.099, indica o instituto, avançando também que o Rt – que estima o número de casos secundários de infeção resultantes de cada pessoa portadora do vírus – “mantém-se acima de 1 desde 08 de outubro”.
Este indicador subiu nas cinco regiões de Portugal continental, com o Norte a passar de um Rt de 1,01 para 1,14, o Centro de 1,06 para 1,21, Lisboa e Vale do Tejo de 1,04 para 1,13, o Alentejo de 0,87 para 1,06 e o Algarve de 1,05 para 1,16.
As duas regiões autónomas também apresentam um Rt superior ao limiar de 1, mas nos Açores manteve-se nos 1,04 e na Madeira baixou de 1,26 para 1,21.
Relativamente à incidência acumulada a 14 dias, as regiões Centro, Lisboa e Vale do Tejo, Algarve e Madeira apresentam uma taxa entre 120 e 239,9 casos por 100 mil habitantes e as restantes – Norte, Alentejo e Açores – uma taxa inferior a 119,9 infeções.
Com base neste indicador, a nível europeu, Portugal está na mesma situação do que o Chipre, a Finlândia, a França e a Itália, adianta o INSA.
RS com Lusa