“A eutanásia acaba de ser aprovada em Portugal, em sede parlamentar. Estamos diante de um dia negro na história do país, de retrocesso das conquistas e liberdades dos cidadãos” – é com esta frase que a Associação dos Médicos Católicos Portugueses (AMCP) inicia um comunicado reagindo à votação do Projeto de Lei da Eutanásia, que foi aprovado na sexta-feira, 5 de novembro, na Assembleia da República e que segue agora para a Presidência da República.
Na nota enviada pela organização dos médicos católicos é reafirmada a “posição assumida em comunicados anteriores, de que a legalização da eutanásia e do suicídio assistido viola claramente o princípio da inviolabilidade da vida humana consagrado no artigo 2.º, n.º 1, da Constituição portuguesa”.
“Nesta hora sombria, a AMCP alerta que a exemplo dos países onde a legalização já está em vigor, o caminho da defesa da vida humana torna-se mais sinuoso em Portugal, pois a aprovação abre a porta que leva a uma rampa inclinada de consequências trágicas que lesam de forma absoluta a dignidade da pessoa humana” – escrevem os médicos católicos.
“Do ponto de vista médico, enquanto associação profissional representativa de associados médicos e estudantes de medicina de todo o país, a AMCP rejeita o suicídio assistido e a eutanásia como atos médicos. Ao médico cabe a defesa intransigente da vida” – pode-se ler ainda na nota.
Os médicos católicos consideram que esta aprovação foi feita “na 25ª hora” e que “mostra bem o desespero dos defensores da causa”. “Neste sentido, a AMCP lamenta que a tática política não corresponda aos problemas reais do país, que assim se vê enfraquecido do ponto de vista humano e ético”.
A AMCP revela a sua esperança “na possibilidade do veto presidencial ao projeto de lei” para que “a eutanásia não venha a ser uma realidade em Portugal”.
RS