
“Não compreenderemos a história da cidade do Porto e aquilo que somos hoje se não recuarmos aos finais do primeiro milénio” – começou assim a homilia do bispo do Porto na Missa que celebrou na Catedral do Porto na segunda-feira, 11 de outubro, na Solenidade de Nossa Senhora de Vandoma, padroeira da cidade do Porto.
Já se contam cerca de 1050 anos desde que uma armada chegou ao Porto por via marítima para ajudar a população contra as investidas dos mouros. Nesse grupo de homens que vinham dos territórios para lá dos Pirinéus estava também o “Bispo de Vandôme, Nonego ou Inigo de seu nome” – lembra o bispo do Porto frisando que “esta armada cristã conseguiu expulsar os mouros, restaurou a cidade e fortificou-a”.
“Como atribuíram estes feitos à poderosa intercessão da Virgem Maria, colocaram a imagem da Senhora da Vandoma sobre a porta principal das novas muralhas” – acrescentou D. Manuel Linda sublinhando que “ao Porto, colaram a designação de ‘Civitas Virginis’, Cidade da Virgem, qualificativo que, não obstante os muitos solavancos da história, se manteve até hoje”.
“O gérmen da portugalidade é consequência de vontades de emancipação que se agregam à volta de Santa Maria, aqui venerada como Senhora de Vandoma, e que forneceu a primeira designação ao território livre; a Igreja foi parte determinante deste processo ao fomentar um espírito que poderia ser qualificado como o de uma Igreja livre num território livre; a Diocese tornou-se como que catalisador das diversas instituições” – declarou D. Manuel Linda.
“Hoje, somos herdeiros felizes e depositários venturosos duma cidade que cresceu, se desenvolveu e deu nome a Portugal a partir da simbiose entre o seu povo e a fé, de algum modo concretizada n’Aquela que nos trouxe o Autor da Salvação: a Mãe de Jesus, que veneramos como Nossa Senhora de Vandoma” – afirmou o bispo do Porto exortando os fiéis com estas palavras: “Veneremo-l’A. Celebremo-l’A. Amemo-l’A. Invoquemo-l’A. Tragamo-l’A sempre na nossa mente e no nosso coração.
“Para a nossa cidade e Diocese que tanto a amam, invoco a sua proteção e carícia materna” – disse o bispo do Porto na conclusão da sua homilia.
RS