Papa critica cultura de guerra e transformação do sofrimento em “espetáculo”

Foto: Ricardo Perna/Família Cristã

Encontro de oração pela paz, junto ao Coliseu, apelou à defesa da natureza e das populações mais desprotegidas.

O Papa denunciou no dia 7 de outubro em Roma uma cultura que transformou o sofrimento em entretenimento e a guerra num “jogo com a vida humana”, apelando ao fim de uma mentalidade militarista.

“Menos armas e mais comida, menos hipocrisia e mais transparência, mais vacinas distribuídas equitativamente e menos armas vendidas imprudentemente”, pediu Francisco, junto ao Coliseu de Roma, encerrando um encontro inter-religioso pela paz promovido pela Comunidade católica de Santo Egídio, intitulado ‘Povos Irmãos, Terra Futura. Religiões e Culturas em Diálogo’.

Francisco elogiou a presença de representantes de vários países, com preocupações ecológicas, convidando a “mudar as relações entre os povos e as relações dos povos com a terra”, rejeitando “paixões sectárias e nacionalistas”.

Após evocar a violência de que o Coliseu foi palco, no passado, o Papa advertiu que “ainda hoje se assiste à violência e à guerra, ao irmão que mata o irmão como se fosse um jogo”.

Francisco desafiou os responsáveis religiosos a ser “voz dos quem não têm voz, apoio dos atribulados, defensores dos oprimidos, das vítimas do ódio”.

O Papa desafiou todos a rejeitar a “tentação fundamentalista”, colocando de parte “toda e qualquer insinuação a fazer do irmão um inimigo”, para construir a paz. “Na sociedade globalizada que faz espetáculo do sofrimento, mas sem o sentir, precisamos de construir compaixão: sentir o outro, assumir os seus sofrimentos, reconhecer o seu rosto. Esta é a verdadeira coragem, a coragem da compaixão”, disse.

“Sim, sonhamos religiões irmãs e povos irmãos! Religiões irmãs, que ajudem povos a ser irmãos em paz, guardiões reconciliados da casa comum que é a criação”, afirmou Francisco.

A sessão foi inaugurada com uma oração ecuménica, antes do encontro com líderes de outras religiões mundiais como o grande imã da Universidade de Al Azar (Cairo), Al Tayyeb, ou o presidente da Conferência dos Rabinos Europeus, Pinchas Goldschmidt, além de representantes políticos, como a chanceler alemã Angela Merkel, que esta manhã se reuniu em privado com o Papa.

(inf: Agência Ecclesia)