Livro assinala os 50 anos de pároco do padre Jardim Moreira

Foto: Rui Saraiva

“Nunca desistiu de ninguém”, foi uma das frases que marcou a tarde de sábado 25 de setembro no testemunho emocionado dos paroquianos de S. Nicolau, no Porto, sobre o padre Agostinho Jardim Moreira que há mais de 50 anos serve aquela paróquia.

Na sessão de apresentação do livro “50 anos, em comunidade a Evangelizar e Servir”, na presença do bispo do Porto, foi a comunidade paroquial quem esteve primeiro no centro. Um coro com vozes de várias idades saudou os presentes e abriu caminho a uma calorosa homenagem no centro histórico do Porto.

“Homem de diálogo” com “grande proximidade e simplicidade” e que sempre “defendeu os direitos e a voz dos paroquianos” foram algumas das notas que em nome da paróquia, Fátima Pinto recordou sobre o padre Jardim guiando a apresentação desta sessão.

Foram vários os intervenientes, começando pela Dra. Carla Vicente administradora do centro social de S. Nicolau que assinalou o testemunho da comunidade sobre o seu pároco. Presente também o bispo auxiliar emérito do Porto, D. António Taipa que recordou a sua qualidade de condiscípulo do padre Jardim. “Hoje está aqui a igreja” – disse D. António Taipa sublinhando a importância da presença “do bispo, do presbítero e dos fiéis batizados”. Por sua vez, o Dr. João Alves Dias, colaborador semanal de VP, propôs durante a sessão pequenos textos evocativos de figuras importantes da Igreja do Porto que marcaram a vida do padre Jardim Moreira, como o bispo D. António Ferreira Gomes e o padre Américo Aguiar, fundador da Obra da Rua.

De especial relevo foram as palavras do bispo do Porto ao sublinhar a “sensibilidade e simplicidade” do padre Jardim num percurso de vida “amável e generoso”. “A Igreja do Porto agradece” – disse D. Manuel Linda assinalando também o papel da comunidade paroquial no trabalho de um pároco, pois “quem faz o pastor são as ovelhas” – afirmou.

As palavras finais da sessão foram para o homenageado, padre Jardim Moreira que afirmou, desde logo, dar graças a Deus por “poder viver” a sua fé “integrado numa comunidade”. “E Deus deu-me essa bênção” – referiu.

O padre Jardim agradeceu, especialmente, a presença do bispo do Porto naquela sessão. Nos seus já quase 80 anos de vida recordou a carta que escreveu a D. António Ferreira Gomes dizendo-lhe que gostaria de servir uma paróquia pobre. Lembrou a miséria que encontrou naquela paróquia e a vigilância que a polícia politica, a PIDE, fazia às suas homilias.

“Convosco aprendi a ser pastor” – disse o padre Jardim Moreira no final da sessão dirigindo-se à comunidade que serve há mais de 50 anos, frisando que no livro agora apresentado estão “testemunhos de vida e percursos de fé”.

RS