Conferências Vicentinas

Com a aproximação  da festa do seu patrono, o  Conselho Central do Porto da Sociedade de S. Vicente de Paulo divulgou o seu “relatório e contas de 2020“.  Aí se refere o que são e quantas são as Conferências Vicentinas e o muito que os vicentinos vêm fazendo em ajuda, presença e serviço a quem mais precisa.

Por Lino Maia

Na Diocese do Porto há 25 conselhos de zona (as vigararias de Maia, Castelo de Paiva-Penafiel, e Trofa-Vila do Conde  têm 2 conselhos cada uma delas), com um total de 314 conferências (24 estão inativas) e 3.137 vicentinos (807 homens e 2.330 senhoras), 4,33% dos quais têm menos de 30 anos e 38,91% mais de 70 anos.

Santa Maria da Feira é a zona com mais conferências (25), enquanto Gaia/Sul é a que tem mais vicentinos (224). Para além da prestação de  um apoio do Fundo Social Solidário, de ajudas a reclusos (128) e a toxicodependentes (45) e de estímulos à profissionalização (26), ao longo do ano de 2020 houve mais 52.393 apoios alimentares (é muito importante o apoio do Banco Alimentar às Conferências Vicentinas), 9.270 ajudas na saúde (medicação, consultas e indiferenciados), 5.191 apoios na habitação (amortizações, rendas, água, eletricidade, gás e indiferenciados) e 411 ajudas na educação (para frequência de infantários e de ensino obrigatório e universitário). No total foram apoiadas 18.538 pessoas de 7.322 agregados familiares (só na zona de Matosinhos foram beneficiadas 2.442 pessoas de 927 agregados com  423.145,12€ e outros auxílios).

Em toda a atividade vicentina, em numerário, foram aplicados 1.307.139,74€,  recolhidos através de campanhas, coletas nas reuniões, contribuições de subscritores (no total foram 2.600 os subscritores, sendo Gaia/Norte a zona com mais – 486) e receitas “simbólicas” do Farrapeiro e da Loja Social.

Para além das Conferências, a  estrutura vicentina diocesana tem outras Obras Especiais. Uma delas é a Casa Ozanan (em S. João de Ver), com Centro de Atividades Ocupacionais, Centro Comunitário, Lar/Residência, Serviço de Porta Aberta e Unidade Sócio ocupacional.  Nesta Casa Ozanan, que tem acordo de cooperação com a Segurança Social, houve uma despesa de 1.065.697,16€ e uma receita de 1.234.002,30€. Integram também a estrutura vicentina a Loja Social, a Obra São Maximiliano Kolbe (de auxílio aos Reclusos militares), as Obras Vicentinas de Auxílio aos Ciganos (O.V.A.C.) e aos Reclusos (O.V.A.R.),  os centros sociais de S. Martinho de Soalhães e e de Vila Boa de Quires (Marco de Canaveses), o Centro Socioeducativo e Profissional de Parteira (Paredes), o Farrapeiro de S. Vicente de Paulo e o Lar de Santo António (na Maia).

Embora muito expressivos, os números não demonstram o essencial da vida vicentina, que não estará tanto nos números ou naquilo que os olhos veem. Tudo é fruto de uma dinâmica, que começa exatamente naquilo que não se vê, mas que é razão e pressuposto de tudo: espiritualidade, consubstanciada na fé e na vida pessoal de cada vicentino e da Conferência no seu conjunto; reunião da Conferência onde tudo gravita (ao longo do ano realizaram-se por toda a Diocese 2.535 reuniões de vicentinos); diálogo fraterno em que  tudo se aprofunda e se concretiza, com vista ao enriquecimento pessoal de cada vicentino; visita domiciliária que é o objetivo central da ação das Conferências e por ela chegando às mais diversas ajudas, materiais e espirituais, procurando mitigar o sofrimento, na carência e no isolamento, de quem mais precisa.

Para os vicentinos, 2020 foi um ano atípico por causa da pandemia, que obrigou a várias alterações e interrupções nas atividades, nomeadamente com suspensão de reuniões semanais e de visitas domiciliárias, alterando-se o tradicional contacto direto e pessoal pelo contacto telefónico, por email ou por Zoom. Contudo ninguém foi abandonado, as famílias e as pessoas receberam o apoio de que necessitavam e as relações entre vicentinos e as famílias mantiveram.se, ainda que sem a regularidade tradicional.

Entretanto e dentro do que estava regularmente previsto, ocorreu em Novembro de 2020 a eleição para a presidência do Conselho Central, cuja escolha recaiu na vicentina Lisete Martins Paranhos Oliveira, da Conferência de Santo André de Sobrado, Valongo, que já integrava a mesa anterior e que agora assumiu a condução do Conselho Central, Conselho anteriormente presidido por Manuel Carvas Guedes, que muito e bem se dedicou à promoção da atividade vicentina e de quem muito se continua a esperar.