
Não nós, só Deus
Só há verdadeiro Cristianismo na Unidade. O verdadeiro Cristianismo é Cristo: estará Cristo desmembrado em Poder e em Graça? Não é só uma, e Sua, a Igreja? Não são os cristãos batizados num só Espírito, o Espírito Santo de Deus? Não Se faz presente e Se dá em alimento, Seu Corpo e Sangue, apenas, quando comunidade reunida em nome do Pai, do Filho e do Espírito Santo? Não estão centrados, no Coração de Cristo, todos os cristãos? Não são seus rostos, Rosto de Cristo? Sejamos dignos, pelas obras, de tal honra. Só a anulação em Cristo gera unidade. A comunhão na Igreja de Cristo, deve ser aferida, numa autocrítica de consciência, sobre o cristão que sou, e não, sobre o cristão que o outro não é. A ausência de comunhão, pressupõe, uma visão e avaliação individualista, dos actos e factos; roça um pretenso endeusamento e complexo de santidade, quando Santo é só Deus, e Dele emana toda a Santidade. Só em Deus participamos da Sua Santidade. O pecado do irmão, nunca deve desencadear ausência de comunhão, porque assim, validamos o pretexto para a separação, e então, quem estará também em pecado, seremos nós. Muito menos deve ser o nosso, porque então, cometeremos um duplo pecado: temos dúvidas? Ouçamos Cristo; temos hesitações?
Confiemos Nele; não temos forças para continuar? Agarremo-nos à Sua Cruz; visitam-nos as trevas? Deixemo-nos iluminar pelo Espírito Santo, porque só Ele nos deve orientar, guiar e governar, que em tudo seja Ele, não nós. Porque se Ele não governa, abrem-se brechas, por onde qualquer inimigo de Cristo pode entrar, e esses, só vêm para escravizar, matar e destruir. A abertura das brechas, vêm da falta de correspondência, entre a fé e as obras de Deus, é como servir a dois mundos opostos: será possível? Se assim procedemos a outros espíritos servimos; se os actos não caminham à nossa frente, e não se prega com o exemplo, de que servem as palavras? Simplesmente, ser aquilo que se é, em fidelidade a “ Eu Sou Aquele que Sou” (Ex 3,14) Deus. O verdadeiro exemplo é Cristo, a materializar e encarnar em nós. Então: que mundo é este, que estando nele, dele temos que fugir? Este, é o mundo da reacção e divisão, em que as partes divididas, reagem entre si, e em que a consequência dos atos, recaem sobre aqueles que os praticam; este, é o mundo da negação de Deus, com uma força e orientação opostas a Deus, por isso, conduz à morte; este mundo, nega Deus; este mundo, é o negativo de Deus, mundo de trevas, razão pela qual, só pelo dom da fé, “ Ora a fé é garantia das coisas que se esperam e certeza daquelas que não se vêm.”(Heb 11,1) manteremos firmeza e constância, no rumo à comunhão plena com Deus; este, é o mundo, que ao branco chama preto e ao preto chama branco, mundo da mentira; este mundo, “ Porque não temos que lutar contra a carne e o sangue, mas contra os Principados, Potestades, contra os dominadores deste mundo tenebroso, contra os espíritos malignos espalhados pelos ares.”(Ef 6,12) é a dimensão da existência, em que o homem mergulhou de cabeça, quando os nossos primeiros pais pecaram, e no qual, se encontra cativo e escravo, contra o qual, só se consegue combater com as armas de Cristo, “ … pois sem Mim nada podeis fazer.”(Jo 15,5); este, é o mundo, em que tudo tem hora; este, é o mundo, em que o seu príncipe já está condenado (Jo 16,11).
Não queiramos ficar nele; libertemo-nos de tudo o que a ele nos prende; coloquemo-nos todos, sob a protecção do Coração Imaculado de Maria: mãe de Cristo, mãe da Igreja e mãe de todos os homens, nosso refúgio; reconciliemo-nos com Deus, porque “É nele, realmente, que vivemos, nos movemos e existimos,(Act 17,28); peçamos perdão, por tão grande ingratidão, para com o nosso e único Deus, que nos sustenta na palma da Sua mão e não viremos as costas ao “ Autor da Vida,”(Act 3,15), em todas as suas manifestações: será que o homem prefere e ama a morte? Acorramos todos a Cristo; acreditemos e confiemos em Cristo; declaremos, com as obras , pertencer-Lhe; abramos as portas do nosso coração ao Redentor; abracemos a Sua Igreja, pois porque é Sua, é Deus, que se faz presente no meio dos homens; entremos pelas portas do Batismo, abertas de par em par; dêmos-lhe abraços de serviço. Só Cristo nos pode libertar; só Cristo nos pode salvar. Toda a nosso Glória está na Cruz de Nosso Senhor Jesus Cristo. Vinde, Senhor Jesus, Luz do mundo; vinde, Senhor Jesus, Salvador dos homens; vinde, Senhor Jesus, Rei do universo.
“ Perdão, Bom Deus, perdão, pela nossa tão grande ingratidão. “
José Ferreira – Custóias